brasil

Medo de queda na rua por defeito de calçada atinge 43% dos idosos brasileiros

Pesquisa coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz de Minas Gerais mostra que 43% da população brasileira acima de 50 anos têm medo de cair na rua por causa de defeitos nas calçadas, 30% dizem viver em regiões muito inseguras e 6% já tiveram sua casa invadida. “Não esperávamos resultados tão desfavoráveis”, afirmou a coordenadora do trabalho, a professora Maria Fernanda Lima Costa. A pesquisadora destacou que, com o envelhecimento da população, a questão urbana assume uma importância primordial. Nesta segunda-feira, dia 1º, é comemorado o Dia Internacional do Idoso.

Batizado de Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros, o trabalho integra uma rede internacional de grandes estudos sobre o envelhecimento. No País, ele foi feito a partir da entrevista de pessoas com mais de 50 anos em 70 municípios de todas as regiões.

Os resultados impressionam sobretudo pelo fato de 85% da população idosa viver em áreas urbanas. “A cidade precisa garantir condições adequadas para essa população, o Brasil está devendo isso”, completou.

O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, reconheceu o problema. “Sabemos que isso é realidade, as calçadas são inadequadas. É necessário o diagnóstico para que todos nós possamos tomar as medidas.” O receio de cair reduz a mobilidade da pessoa com mais idade, afeta sua independência e aumenta sua fragilidade. Estudos mostram que, quanto maior o sedentarismo do idoso, maior o risco de ele sofrer quedas.

O estudo mostra ainda que o envelhecimento da população brasileira é desigual. Pessoas com mais escolaridade se exercitam mais e as proprietárias de maior número de bens domiciliares têm maior chance de ter um controle adequado de hipertensão.

Para a coordenadora do trabalho, os resultados apontam a necessidade de políticas que permitam proteger essa população. O levantamento destaca ainda a necessidade de se investir na melhoria das condições da saúde para ampliar a longevidade no trabalho. A pesquisa deixa clara, por exemplo, a relação entre a presença de doenças crônicas e o recebimento precoce de aposentadorias e pensões.

Questionado sobre a redução da idade mínima para previdência, Occhi afiromu que “qualquer atividade exercita o corpo, a mente e o espírito”. Para ele, a mudança na regra da previdência está atrelada ao fato de a expectativa de vida do brasileiro ter aumentado. “Cálculos atuariais são feitos. Qualquer cidadão ainda em atividade tem uma qualidade de vida melhor.”

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo