A preocupação com a gripe Influenza A (H1N1), conhecida como gripe suína, está provocando uma corrida a hospitais das redes pública, postos de saúde e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) no Rio de Janeiro.

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Três dias depois da morte de uma mulher com a doença, em uma comunidade carente da capital, e a primeira confirmada no estado, pacientes com sintomas de gripe lotaram as emergências das unidades de saúde em busca de atendimento, mas ficaram frustrados com a longa espera, pois nenhuma unidade de saúde reforçou a equipe médica.

Com um bebê de três meses dormindo em seu colo, a empregada doméstica Michele de Oliveira, de 27 anos, moradora de São Cristóvão, na zona norte da cidade, chegou à UPA da Penha, que fica ao lado do Hospital Estadual Getúlio Vargas, também na zona norte, por volta das 8h de hoje (18), e se juntou às dezenas de pessoas que, desde o início da manhã, aguardavam por atendimento, com crianças com sintomas de gripe.

Duas horas depois, Michele continuava sentada em um banco e sem perspectiva de ser atendida, diante da informação de um vigilante que só havia um pediatra atendendo. “Meu filho está com gripe, com catarro, tossindo muito e com febre alta. Já procurei atendimento em três hospitais, mas não consegui número para ser atendida. Agora me restou a UPA da Penha, mas parece que aqui também não tem médicos para atender a gente”, disse Michele.

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Na emergência do Hospital Souza Aguiar, no centro do Rio, a procura por atendimento também foi grande durante toda a manhã de hoje. A maioria dos pacientes tinha sintomas de gripe. Desesperado com o filho de 15 anos reclamando de dor de garganta e febre, o vendedor ambulante Ednaldo da Silva, de 48 anos, morador de Bonsucesso, disse que já aguardava atendimento por quase três horas e que não tinha esperanças, pois uma mulher que se identificou como chefe da enfermagem havia lhe dito que não tinha clínico geral na unidade. “Eu quero uma solução. Estou desde cedo aqui com meu filho doente. Já passei por outros hospitais e a situação é a mesma”, reclamou.

A reportagem da Agência Brasil também esteve nos hospitais estaduais Rocha Farias, em Campo Grande, e Albert Schweitzer, em Realengo, e no posto de saúde em Sulacap, todos na zona oeste da cidade, e no Hospital Miguel Couto, no Leblon, zona sul do Rio, e encontrou a mesma situação: as emergências lotadas e a informação de que havia apenas um médico para fazer o atendimento.

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A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do Estado informou, por telefone, que o número de pessoas com sintomas de gripe aumentou bastante nos hospitais da rede na ontem (17) e hoje e que o reforço na equipe médica seria feito caso houvesse necessidade. A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do município não se manifestou. O estado do Rio de Janeiro tem 129 casos confirmados da gripe suína.