O Tribunal de Justiça de Goiás condenou na quarta-feira (07) o médium João de Deus a 109 anos e 11 meses de prisão por crimes sexuais em três processos que também exigem do médium o pagamento de indenizações por danos morais de até R$ 100 mil às vítimas. A defesa vai recorrer da sentença.
Apesar da decisão do juiz Marcos Boetchat Lopes Filho, da comarca de Abadiânia, João de Deus permanecerá em prisão domiciliar.
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As condenações de de quarta-feira (07) contra o médium foram:
Crimes sexuais contra cinco vítimas: 51 anos e 9 meses de reclusão em regime inicialmente fechado por crimes entre 2010 e 2016;
Crimes sexuais contra três vítimas: 16 anos e 10 meses de reclusão em regime inicialmente fechado por crimes entre 2011 e 2013;
Crimes sexuais contra cinco vítimas: 41 anos e 4 meses de reclusão em regime inicialmente fechado por crimes entre 2010 e 2015.
Como o médium já havia sido condenado em outros processos, as penas de João de Deus somam mais de 223 anos e três meses de detenção.
As outras condenações são as seguintes:
Janeiro de 2022: 4 anos de prisão por violação sexual mediante fraude;
Novembro de 2019: 4 anos em regime semiaberto por posse ilegal de arma de fogo;
Dezembro de 2019: 19 anos em regime fechado por crimes sexuais cometidos contra quatro mulheres;
Janeiro de 2020: 40 anos em regime fechado por crimes sexuais cometidos contra cinco mulheres;
Maio de 2021: Dois anos e meio de reclusão por violação sexual mediante fraude em regime aberto;
Novembro de 2021: 44 anos de prisão por estupro de vulnerável contra quatro mulheres.
Como ele foi preso?
João de Deus foi preso pela primeira vez no dia 16 de dezembro de 2018, depois que algumas mulheres o denunciaram por abuso sexual no dia 7 de dezembro daquele ano. Elas afirmavam que foram abusadas sexualmente durante os atendimentos espirituais na casa Dom Inácio de Loyola.
Em março de 2020, João de Deus deixou a cadeia e passou para o regime de prisão domiciliar, em Anápolis, voltando para o presídio em agosto de 2021. No mês seguinte, ele voltou para o regime domiciliar, onde segue preso.
Ao UOL, o TJ de Goiás informou que ainda tramita “sete ações penais da mesma natureza” que “devem ser julgadas até março do ano que vem”.
O que diz a defesa de João de Deus
“A defesa irá recorrer das sentenças perante o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás uma vez que desconsideraram aspecto relevantes dos argumentos apresentados pela defesa, em especial a inobservância do prazo decadencial de seis meses para a representação da vítima”, disse Anderson Van Gualberto, advogado de defesa.
A defesa diz ainda ser “não menos relevante” o que chama de “fragilidade dos argumentos da acusação quanto a condição de vulnerabilidade das supostas vítimas”.
“Todas eram capazes, tinham plena consciência dos seus atos e se dirigiram espontaneamente até a Casa de Dom Inácio em Abadiânia, em alguns casos ali retornando diversas vezes”, concluiu.