Médicos de todo o país participam nesta quinta-feira (17),a partir das 14h, de uma manifestação no Congresso Nacional contra a atual situação da saúde pública brasileira. É a primeira vez que há uma manifestação explícita a favor do SUS [Sistema Único de Saúde], destacou a coordenadora do Laboratório de Economia e Política da Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maria Lúcia Viana, em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional.
Para ela, o SUS é uma "grande vitória que foi incorporada Constituição", mas não é uma prioridade para o Poder Público. "Não tem sido [prioridade] ao logo de todos os governos, desde 1990, quando ele foi regulamentado pela Lei Orgânica da Saúde, criticou.
De acordo com a coordenadora, a Constituição Federal estabelece uma série de receitas destinadas seguridade social, que engloba ações nas áreas da Previdência, assistência social e saúde. Se a gente for contar essas receitas hoje, elas dariam perfeitamente não só para pagar as aposentadorias e ações assistenciais, mas também para mais recursos para a saúde.
Segundo a especialista, as receitas previstas na Constituição não têm sido destinadas seguridade social. Na prática, a seguridade deixou de existir, avaliou.
A saúde, em particular o SUS, ressente-se por essa fragmentação das políticas, em termos de recursos, e ressente-se também por essa questão dos apoios, que hoje são reduzidos, porque grande parte dos trabalhadores formais tem planos de saúde. O SUS transformou-se em um sistema para pobre e passou a ser um sistema pobre, completou Maria Lúcia.
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