Brasília – Médicos discutem em Brasília os principais problemas nas políticas públicas de saúde durante o Encontro Nacional dos Conselheiros de Medicina, que começou ontem e terminará amanhã. O diretor do Departamento de Ações Programáticas do Ministério da Saúde, o médico Fernando Donato, destacou a dificuldade no orçamento e gestão como o principal problema para o desenvolvimento de políticas públicas. Segundo ele, os recursos são insuficientes e mal distribuídos.
Para Donato, os recursos deveriam ser distribuídos de acordo com as necessidades de saúde de cada região. Ele chamou a atenção para a participação da sociedade nesse processo. De acordo com o diretor, a sociedade deve agir com mais rigor na construção das prioridades de cada região. ?É preciso que não apenas aquela pessoa que está participando do Conselho Municipal de Saúde, mas a população como um todo, através de seus representantes, cobre diretamente e procure saber como esses recursos estão sendo utilizados?.
Outros problemas foram levantados pelo médico, como a necessidade de expansão do programa Saúde da Família e a necessidade de assegurar a assistência qualificada no parto. No caso dos partos, Donato disse que o Brasil apresenta hoje altas taxas de mortalidade materna ou neonatal, mortes que são justificadas muitas vezes por baixas condições de trabalho. Ele informou ainda que para 2004 o Saúde da Família passará de 15 mil pessoas atendidas para 30 mil.
Uma questão levantada pelos participantes do encontro refere-se à formação da carreira do médico no Sistema Únicos de Saúde (SUS). Com isso o médico poderiam formular um plano de carreira, como ocorre com outras profissões – policiais e auditores, por exemplo. A grande dificuldade, seria formular um teto salarial da carreira. ?Tem regiões onde um médico ganha um salário mínimo e, em outras, ganha trinta?, disse.