São Paulo – Os clientes da Golden Cross e das seguradoras Itaú Seg, Marítima, Unibanco, Notredame, Porto Seguro, SulAmérica e Bradesco Saúde terão que pagar ao médico o valor de R$ 42 por consulta a partir desta data. O pagamento será feito no ato da consulta e o segurado deverá, depois, pedir para ser reembolsado pelas empresas.
Segundo Clóvis Francisco Constantino, presidente do CRM-SP (Conselho Regional de Medicina de São Paulo), a medida irá atingir apenas essas empresas porque foi a forma encontrada para que os pacientes não fiquem sem atendimento médico – as seguradoras e a Golden Cross prevêem em contrato o reembolso. Segundo a categoria, os médicos chegam a receber até R$ 8 por consulta e nos últimos nove anos os convênios aumentaram as mensalidades em até 180%. Mas o valor pago aos médicos não foi atualizado.
Caso o paciente não tenha o dinheiro para pagar a consulta, Constantino explica que a relação médico-paciente é muito aberta e que ele não ficará sem atendimento. “Os atendimentos de urgência e emergência sempre estiveram garantidos”, disse. Hoje, existem no Brasil 39 milhões de usuários de plano de saúde. A AMB (Associação Médica Brasileira) – que decidiu pelo boicote na noite de anteontem – ainda não tem uma estimativa de quantas pessoas a medida irá atingir em São Paulo.
Segundo Constantino, os médicos pedem a “implantação da classificação de procedimentos, que engloba o avanço da medicina nos últimos dez anos”. “Sem isso não é possível efetuar toda a assistência médica necessária”, disse. Essa classificação inclui métodos de diagnóstico e de tratamento. Além de garantirem em contrato o reembolso por consulta, as seguradoras foram escolhidas como alvo do boicote porque “são as que mais resistem em conversar sobre a nova lista”. No dia 17 de agosto, os médicos irão participar de nova assembléia que irá avaliar os resultados do boicote.
Enquanto isso, o governo anunciou ontem que está disposto a negociar com as operadoras de saúde para que os reajustes dos planos anteriores a 1999 não ultrapassem o índice determinado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), de 11,75%. A afirmação é do ministro da Saúde, Humberto Costa, que ontem participou em Brasília, da abertura de um seminário que discute educação no SUS.
Para Costa, as empresas que não especificam com clareza o indexador dos contratos devem aplicar o reajuste definido pelo governo. “