Brasília – Médicos de todo o País podem cancelar nesta quinta-feira o atendimento a mais de 38 milhões de pessoas que são usuárias de planos de saúde, caso a Assembléia Nacional dos Médicos aprove a medida. O coordenador do movimento Alerta Médico, Joaquim de Oliveira, disse que em algumas regiões os médicos já suspenderam o atendimento aos pacientes das operadoras que pagam os menores valores.

A decisão mais recente foi nesta segunda-feira, em Brasília, onde os usuários de sete operadoras não serão mais atendidos. As operadoras são: Bradesco, Blue Life, Slam, Smile, Medial e Assefaz. Nesta queda de braço entre médicos e operadoras, o consumidor deve ficar atento aos seus direitos. Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os usuários de plano de saúde têm direito a atendimento no caso urgência e emergência.

Para as consultas marcadas, a ANS aconselha que o paciente procure saber se o médico continua ou não atendendo pelo convênio. Se não atender mais, a operadora é obrigada a substituir o médico na mesma hora. Para o presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM) de Brasília, Eduardo Guerra, os pacientes também deveriam encampar a briga dos médicos contra os planos de saúde e cobrar mais qualidade no atendimento. “Enquanto o ususário não bater panela na porta da operadora, a operadora não vai se sentir pressionada para buscar uma solução”, disse. O advogado de defesa do consumidor Sérgio Tanuri informou que os usuários podem também denunciar ao Procon o mau atendimento, tanto das operadoras quanto dos médicos.

Ainda ontem, a Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg) entregou às operadoras de planos de saúde, uma proposta de reajuste para ser apresentada aos médicos hoje, durante a Assembléia Nacional dos Médicos. Os reajustes para as consultas médicas dos planos individuais podem chegar a 19,54%, elevando o preço para até R$ 30. Já para os honorários médicos clínicos e cirúrgicos o reajuste é de 8,5% aplicado na Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). Para os planos empresariais, o valor proposto chega a R$ 34, um valor 13,33% maior que o atual. E os honorários médicos clínicos e cirúrgicos teriam um aumento de 26,5%.

Eduardo Guerra disse que para os médicos, o valor justo de uma consulta deve ser de no mínimo R$ 42. Para o diretor de Saúde da Fenaseg, Otelo Corrêa dos Santos Filho, a proposta representa um avanço no relacionamento das seguradoras com a classe médica e os usuários.

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