A Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico (ABCfarma) começou a distribuir anteontem às farmácias de todo o país os novos cadernos de preços dos remédios reajustados em 5,7%, em média. A lista inclui 9.606 medicamentos mais caros este mês, entre os quais 48 apresentações com aumentos acima do índice máximo de 6,2%, permitido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed).
Rio – Segundo pesquisa da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma), a relação dos que excederam o limite totaliza 166 apresentações, mas 118 referem-se a remédios sem controle de preços. São os fitoterápicos, homeopáticos e os de venda livre (cerca de 1.800), sem tarja vermelha, liberados ano passado por serem de grande concorrência.
Anvisa está conferindo listas e notificará indústrias. A Febrafarma esclareceu que está entrando em contato com as empresas para verificar, caso a caso, o motivo do problema. A Anvisa explicou que anteontem foi o último dia para os laboratórios apresentarem os produtos com reajustes. Todos as mudanças estão sendo conferidas e a lista completa com os medicamentos que tiveram os preços alterados deverá ser publicada no dia 15.
“Em caso de reajustes acima do limite de 6,2%, a indústria será notificada e terá que alterar a tabela”, esclareceu um técnico da Anvisa. Pela pesquisa da Febrafarma, as novas tabelas da revista ABCfarma incluem 12.071 apresentações de medicamentos ? 1.054 a menos que a da edição de março. Da lista, 1.860 remédios (15,4%) não registraram aumentos de preço. As tabelas indicam os preços máximos de venda ao consumidor. Mas, na prática, o valor efetivo é fixado com base nas negociações entre indústrias, distribuidores e varejistas. Nesse processo são levados em conta quantidades compradas, prazos e descontos.
O Sindicato das Farmácias do Rio informou que, devido ao feriado, as revistas da Abcfarma só chegarão às lojas a partir de segunda-feira. As poucas farmácias que receberem os cadernos não deverão antecipar a alta no fim de semana devido à forte concorrência.
Enquanto os aumentos se registram em vários setores da economia, o IBGE divulgou anteontem que a indústria brasileira começa a perder fôlego, depois de registrar forte crescimento entre julho e novembro do ano passado. Em fevereiro, teve a terceira queda seguida da produção. Segundo a Pesquisa Industrial Mensal do IBGE de fevereiro, a primeira a adotar uma nova metodologia, a produção industrial caiu 1,8%.