Responsável pelo funcionamento da plataforma do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Ministério da Educação (MEC) perdeu no ano passado 50 consultores que atuavam na área de tecnologia da informação (TI). Neste mês, estudantes relataram instabilidade e falhas na plataforma. Servidores ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo disseram que o déficit de funcionários contribui paras dificuldades de manutenção do Sisu, que chegou a ser suspenso por decisão judicial. Já o MEC diz que o sistema funciona “normalmente”.

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O Sisu é o sistema online em que universidades públicas oferecem vagas para quem fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Só este ano houve 1,8 milhão inscritos, para 237 mil vagas. O banco de dados para a operação do sistema é um dos maiores sob responsabilidade direta do MEC.

Há anos o sistema enfrenta instabilidades e servidores alertam sobre a necessidade de desenvolver uma plataforma mais robusta, que suporte receber a quantidade de acessos simultâneos dos estudantes. Mas, segundo os servidores, com a redução do quadro de consultores da área este ano, a manutenção foi ainda mais precária, dificultando a detecção de falhas.

Além da instabilidade, como registrado em anos anteriores, estudantes relataram o vazamento da lista de aprovados – quando a publicação ainda estava vedada pela Justiça -, e problemas para participar da lista de espera. Conforme os relatos, candidatos foram inscritos em uma segunda opção de curso diferente da que escolheram.

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Segundo os servidores, os 50 consultores representavam cerca de um terço da força de trabalho de tecnologia da informação do MEC. O grupo de 50 consultores deixou de atuar no MEC em julho de 2019, quando o ministro Abraham Weintraub anulou acordo de assistência técnica com a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), em vigor desde 2008, após suspeita de irregularidades. Os consultores tinham como atribuição a manutenção e desenvolvimento de sistemas de informação do MEC, entre eles o Sisu.

À época, o MEC disse ter identificado supostas irregularidades formais no vínculo jurídico dos consultores. Procurado ontem, o MEC não se posicionou sobre a perda de funcionários nem informou o atual número de técnicos. Sobre as falhas, disse que o Sisu está “funcionando normalmente”.

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Problema

O sistema de informática do MEC é considerado frágil e historicamente operado por número de técnicos menor do que o necessário. Auditoria da Controladoria Geral da União, publicada em julho de 2018, alertou para a necessidade de melhorar os sistemas informatizados da pasta. Isso porque eles guardam dados e organizam políticas educacionais que alcançam milhões de brasileiros – entre alunos da rede básica, superior e docentes.

Este ano, o Enem teve erro na correção de 5.974 provas. Segundo o MEC, a culpa foi da gráfica que imprimiu os testes e não há prejuízo aos demais alunos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.