O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, garantiu que o governo federal manterá a educação infantil como prioridade, mesmo com crise econômica, mas indicou que a pasta será criteriosa para repassar recursos para cidades que garantam capacidade de manter o funcionamento das unidades. O ministro falou ao jornal O Estado de S. Paulo por telefone da Coreia do Sul, onde participa do Fórum Mundial de Educação.

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“Estamos atuando muito na direção de ter certeza de que, quando uma creche for construída, haja recursos para manter seu funcionamento e pessoal capacitado para estar com as crianças”, disse. “Uma das coisas ruins no Brasil é: ‘Vamos fazer e depois ver como fica’. Temos de ter certeza quando liberamos dinheiro para uma creche ou quando damos um ônibus para o transporte escolar de que realmente isso será usado.”

Municípios se queixam de entraves para obter os recursos neste ano.

Como a reportagem informou ontem, o MEC mudou as regras de convênios, permitindo que as Prefeituras toquem a licitação diretamente – e não mais de modo centralizado em Brasília. Segundo Janine, a mudança permitiu destravar a construção de 3 mil creches.

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Na Coreia, o ministro brasileiro foi um dos poucos a se pronunciar na plenária de abertura. Ele ressaltou o avanço do País no combate à pobreza e à miséria, assim como no acesso à educação. “Temos muita coisa a crescer em qualidade, mas o elogio (da Unesco e do Banco Mundial) se deve sobretudo às melhoras em todos os indicadores”, disse. Ele colocou o ministério à disposição de outros países que queiram compartilhar da experiência brasileira.

Para Ribeiro, o debate sobre financiamento da educação e uso de tecnologias como forma de democratizar o conhecimento teve destaque no encontro. Sobre a Coreia do Sul, sempre apontada como um exemplo de salto econômico por meio da educação, o ministro ressaltou que a valorização do docente faz a diferença. “O principal fator de êxito parece estar na valorização do professor. Aqui o professor é muito valorizado, do ponto de vista econômico e de prestígio social.”

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.