MEC quer que recém-alfabetizados continuem estudando

O novo secretário responsável pelo programa Brasil Alfabetizado, Ricardo Henriques, quer potencializar os bons resultados obtidos pelo MEC, referindo-se aos três milhões de alfabetizados em 2003 e à prioridade de atendimento às regiões com mais analfabetos. “Precisamos criar um foco crescente para que as famílias alfabetizadas possam continuar imediatamente na Educação de Jovens e Adultos”, afirma Henriques.

Enquanto a alfabetização está a cargo da Secretaria Extraordinária de Erradicação do Analfabetismo, a Educação de Jovens e Adultos é responsabilidade da Secretaria de Educação Infantil e Fundamental (Seif). O ministério pretende articular estas duas modalidades de educação, pois a continuidade do processo educacional garante que o alfabetizado use a linguagem escrita e mantenha o aprendizado. Caso contrário, ele se arrisca a voltar à condição de analfabeto.

Para Henriques, a alfabetização de adultos deve ser entendida como a porta de entrada para a inclusão educacional, dando prioridade aos jovens, promovendo a aceleração escolar dos que estão defasados em termos de série e idade e, finalmente, encaminhando-os para o ensino profissionalizante ou médio. As diversas fases serão coordenadas no MEC, articulando o Brasil Alfabetizado com outros programas, como o Diversidade na Universidade, da Secretaria de Educação Média e Tecnológica (Semtec).

O novo secretário defende que o programa alie ações com programas de outros ministérios, como o Bolsa-Família e o Fome Zero. “A principal função da secretaria é articular os governos federal, estaduais e municipais e a sociedade civil. Uma das estratégias será envolver universidades para alfabetizar adultos com qualidade e em grande escala”, diz.

Avaliação

A aplicação de questionário para avaliar o primeiro ciclo do Brasil Alfabetizado acontece em março, de acordo com sistema elaborado pela professora Vera Masagão, especialista em alfabetização de adultos da ONG Ação Educativa. Serão aplicados 1.200 instrumentos de avaliação e questionários aos alunos, 60 questionários aos alfabetizadores e 13 questionários para gestores, selecionados por sorteio e amostragem. Após esse processo, a secretaria terá informações mais precisas sobre a situação do Brasil Alfabetizado. “Vamos criar um sistema de avaliação para todas as gerações de alfabetizados que vão existir”, explica Henriques. A situação de entrada do aluno no sistema será avaliada previamente e, posteriormente, na conclusão do processo de alfabetização, seu aprendizado será analisado. Aferir a qualidade do aprendizado da leitura e da escrita de adulto, financiado com recursos do MEC, é, para o secretário, prioridade absoluta do programa.

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