O Departamento de Controle do Espaço Aéreo da Aeronáutica (Decea) informou hoje que os fragmentos que já foram resgatados do mar durante as buscas ao Airbus da Air France não pertencem ao avião desaparecido no domingo. Em entrevista coletiva no Cindacta III, o diretor do Decea, brigadeiro Ramon Borges Cardoso, afirmou que o pallet (espécie de porta-bagagem) içado no início da tarde pela Marinha é feito de madeira, material que o avião da Air France não continha; as duas boias que a Aeronáutica informou ter resgatado não foram levadas a bordo e as manchas de óleo encontradas na área das buscas não são do Airbus do voo 447.

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“Podemos afirmar com 100% de certeza que o material localizado não faz parte da aeronave da Air France. Existem pallets de madeira, mas não é o caso deste avião”, afirmou Cardoso. “Este fato é importante para mostrar o grau de dificuldades que estamos enfrentando. Infelizmente, estamos sujeitos a encontrar, dentro de uma área tão grande, objetos que não passam de lixo. Mas não vamos desistir. O trabalho continua”, afirmou o brigadeiro. O pallet será levado até a ilha de Fernando de Noronha e posteriormente descartado. O voo AF 447 levava 228 pessoas, das quais 58 eram brasileiras.

 

De acordo com o brigadeiro, a constatação de que as manchas de óleo localizadas ao norte da ilha de Fernando de Noronha, a uma distância de aproximadamente 700 quilômetros do arquipélago, não pertencem à aeronave francesa tem por base o volume encontrado. “Descartamos esta possibilidade em função da quantidade de óleo encontrada. Num avião, esta quantidade não passa de 50 litros em cada motor. Mas as manchas que encontramos são bem maiores do que esta quantidade poderia provocar”, destacou.

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A Aeronáutica e a Marinha continuam investigando se pequenas manchas, aparentemente de querosene de avião, pertencem ao AF 447. “Estamos tentando comprovar este fato, as amostras recolhidas estão sendo testadas, mas temos praticamente certeza disto”, comentou. De acordo com a Aeronáutica, a área de buscas poderá ser ampliada, dependendo do resultado do rastreamento feito pelo avião R-99, equipado com radar. “A aeronave fará sobrevoos durante toda a madrugada. Se houver novas informações a partir da leitura eletrônica ,vamos enviar os helicópteros para estes pontos. Se não, iniciaremos uma varredura a partir dos cálculos que estamos fazendo levando em conta as correntes marítimas”, explicou.