A ministra do Turismo, Marta Suplicy, entrou com recurso especial junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para pedir revisão da decisão de primeira instância, que não aprovou as contas na campanha eleitoral de 2004, quando foi candidata à reeleição para a Prefeitura de São Paulo. As contas delas foram rejeitadas por suposta ausência de contabilização de receitas obtidas pelo comitê financeiro único do PT.
No recurso ao TSE, Marta argumenta que quase a totalidade dos recursos financeiros arrecadados para a sua campanha transitou pela conta corrente do comitê. Sustenta ainda que não há irregularidade diante da ausência de tramitação dos recursos em sua conta corrente, pois o comitê financeiro atendeu a esta exigência, fazendo tramitar pela conta bancária dela os recursos da campanha eleitoral de 2004. Alega ainda que a própria legislação eleitoral atrela a prestação de contas do candidato ao cargo à do comitê, quando dispõe que "as prestações das contas dos candidatos às eleições majoritárias serão feitas por intermédio do comitê financeiro".
O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) também rejeitou as contas de Marta. De acordo com a decisão, o comitê financeiro arrecadou recursos tanto para a campanha majoritária como para a dos vereadores.O comitê arrecadou cerca de R$ 16 milhões, sendo pelo menos R$ 3 milhões em dois jantares de arrecadação para a campanha de Marta Suplicy. A candidata declarou apenas R$ 220 mil na prestação de contas individual. O TRE/SP entendeu que houve omissão do valor arrecadado nos eventos e a emissão de seus respectivos recibos eleitorais, que deveriam ter sido registrados como doação estimável em dinheiro. O dinheiro deveria estar tramitando na conta bancária específica da candidata.