Foto: José Cruz/Agência Brasil |
Apagão retarda o encontro que Marta esperou por meses e que lhe dá uma vaga no governo Lula. |
Brasília – Único nome novo do PT no primeiro escalão do governo, a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy é a nova ministra do Turismo. Depois de esperar meses por uma vaga na equipe e de enfrentar duas horas de caos aéreo no aeroporto de Congonhas para embarcar com destino a Brasília, Marta recebeu ontem à noite o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Disse que aceitava o desafio por considerar o ministério ?instigante?.
?Sou uma fazedora?, resumiu Marta, ao deixar o Palácio do Planalto, vestida com um tailleur vermelho. ?Acho que o Turismo é uma pasta a ser superturbinada?, emendou. A ex-prefeita entrará no lugar de Walfrido Mares Guia, do PTB, que será remanejado para a articulação política do governo.
Marta e Mares Guia tomarão posse na sexta-feira. Na tentativa de definir o espaço do PT na reforma, o presidente também conversou hoje com o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, cotado para retornar ao posto. Até as 20h Rossetto não havia deixado o Planalto. Sua tendência, a Democracia Socialista, apóia seu retorno ao cargo.
Embora Lula tenha afirmado que os novos ministros não devem deixar o cargo para disputar eleições, em 2008, Marta não quis assumir compromissos. ?Olha, eu estou entrando no ministério… Me deixem entrar, gente!?, exclamou. ?Não podemos pôr a carroça na frente dos bois.? Rossetto também pretende concorrer à Prefeitura de Porto Alegre.
Se depender do PT, Marta será novamente candidata em São Paulo, no ano que vem. Seu maior sonho, no entanto, é se projetar politicamente na Esplanada para concorrer à sucessão de Lula, em 2010. ?Não estou de olho em 2010. Estou de olho em fazer um bom serviço no ministério.?
Lula gosta de Marta, mas ficou contrariado com a pressão feita por seu grupo político para encaixá-la nos ministérios de Cidades ou Educação, mesmo dando cotoveladas nos aliados. Irritou-se, ainda, com pedidos para que o Turismo fosse turbinado com a estatal Infraero – que administra os aeroportos. Questionada se a Infraero iria para a pasta a ser comandada por ela, Marta respondeu que não. ?Nem tocamos nesse assunto?, disse.
Para embarcar com destino a Brasília, hoje, Marta enfrentou mais de duas horas de espera no Aeroporto de Congonhas. ?Fui vítima (do apagão aéreo). É um problema sério, que desgasta a imagem do Brasil e a paciência dos brasileiros?, disse. ?Tudo isso afeta o turismo.?