Florianópolis – A Marinha e a Aeronáutica procuram por oito pessoas que desapareceram no mar por causa da passagem do ciclone Catarina, no último final de semana, pelo Sul do país. Segundo informações do 5.º Distrito Naval, sediado em Rio Grande (RS), que coordena as buscas, sete pessoas estavam na embarcação Antônio Venâncio e outras seis na Valio 2, que naufragaram. As equipes resgataram três tripulantes da Valio 2 com vida e um quarto foi encontrado morto. O corpo de Márcio Correia da Silva estava preso aos destroços do barco.
As buscas são feitas com o auxílio de dois navios da Marinha, um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) e um helicóptero. Pescadores da região também ajudam os militares. Segundo a Marinha, o tempo é bom na região sul de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul. O mar está calmo, com ondas de meio metro, e os ventos são moderados, o que favorece os trabalhos de buscas.
Os ventos do ciclone atingiram até 150 km/h. Segundo dados da Defesa Civil de Santa Catarina, 19 municípios foram atingidos pelo ciclone. Uma pessoa morreu quando trafegava pela BR-101 e seu veículo foi atingido por uma árvore. Os fortes ventos deixaram cerca de 15.700 pessoas desabrigadas ou desalojadas. Foram danificadas 32.303 casas. Outras 290 foram destruídas.
Segundo a Defesa Civil, 15 municípios sofreram com a falta de energia. Onze tiveram problemas com o abastecimento de água e 11 tiveram o sistema de comunicação afetado. No Rio Grande do Sul, o agricultor Calino Teixeira Mattos, 61, foi encontrado morto a 50 metros de sua casa, em Barro Cortado, perto de Torres. Não havia sinais de lesão no corpo da vítima. Suspeita-se que ele tenha sofrido ataque cardíaco durante a passagem do ciclone.
De acordo com a Defesa Civil, o ciclone causou danos em ao menos 1.320 casas em sete municípios. Torres foi a localidade mais afetada. O ciclone também interrompeu o abastecimento de água e fornecimento de energia.