O advogado Maurício Saraiva vai processar a União por causa do sumiço de pertences e documentos de sua mulher, Graça Rickli, morta no acidente com o Boeing da Gol, em 29 de setembro do ano passado, que matou 154 pessoas. Ele considera "inaceitável" o fato de o celular de Graça ter sido negociado no mercado de telefones roubados do Rio de Janeiro, dez dias depois da tragédia. Ele culpa o Estado, também, por permitir que os documentos da passageira caíssem nas mãos de falsários que financiaram um carro em nome dela, nove meses depois de sua morte.
"Como não posso acionar a Aeronáutica diretamente, acionarei a União", disse nesta segunda-feira (6) Saraiva. Ele lembrou que a Força Aérea cercou o local do acidente e não permitiu sequer o acesso de familiares das vítimas à área. "A partir do momento em que a própria Aeronáutica recusou a ajuda do Exército e nos disse que não deixaria nem que índios entrassem no local para não haver saque, ela chamou para si esta responsabilidade", argumenta o advogado, decidido a apresentar à Justiça Federal, até o final da semana que vem, uma ação conjunta com as duas filhas da vítima, Anne e Catherine Rickli.