O ministro de Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, defendeu o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, e o trabalho da agência reguladora. Apesar de dizer que o governo não está "morrendo de satisfação" com a atuação da Anac, Mares Guia elogiou Zuanazzi: "Ele é um homem preparado. Acontece que ele entrou há um ano e quatro meses na Anac, com a quebra da Varig, o desastre do Legacy, a questão dos controladores, a superpopulação nos aeroportos e agora esse acidente que deixou todos nós no Brasil constrangidos consternados e com o coração partido. O Zuanazzi tem preparo, qualificação e competência", afirmou Mares Guia, no Palácio do Planalto.
O ministro disse também que Zuanazzi foi "referenciado" por 29 entidades de turismo na sua indicação para a agência, é engenheiro e "se revelou um secretário extraordinário" de Turismo durante o governo de Olívio Dutra (PT) no Rio Grande do Sul. Sobre a agência, o ministro afirmou que é preciso lembrar que a Anac não trabalha sozinha, mas tem um marco legal a cumprir, e o Conselho de Aviação Civil (Conac) é quem dá as diretrizes para a agência. "Nós temos de lembrar também que o Conac é que dá as diretrizes para a Anac, ela não trabalha do zero, ela tem um marco legal, dado pela legislação. No fundo, o Conac é a correia transportadora entre o governo federal e a Anac", disse.
Mas fez uma ressalva: "Isso não significa que nós estamos morrendo de satisfação (com a agência), pelo contrário, muitas medidas que estão sendo tomadas aí teoricamente poderiam ter sido tomadas antecipadamente. O fato é que nós estamos cobrando." Mares Guia acrescentou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, "total apoio para ele poder agir na busca de soluções mais rápidas e sobretudo configurando conforto e segurança para os usuários dos aeroportos.
O ministro de Relações Institucionais garantiu apoio às discussões sobre o projeto de lei que unifica as regras de mandato das agências reguladoras, que está em tramitação no Congresso. "Temos de discutir isso no Congresso Nacional e com a sociedade civil. O conceito da agência é de que ela não seja um órgão do governo, mas ela não pode desconhecer que existe um governo eleito. Tem de ter um canal de comunicação, e o canal hoje é o Conac (Conselho de Aviação Civil). Nessa nova discussão é possível que haja um arejamento nessa comunicação do governo com as agências de tal maneira que os ministérios tenham também sua palavra ouvida", afirmou Mares Guia.