Brasília – O empresário Marcos Valério de Souza, seus ex-sócios e funcionários, além de quatro dirigentes do Banco Rural vão ser processados por mais um crime na ação penal sobre o esquema do mensalão. Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta sexta-feira (24) incluir contra eles a acusação por lavagem de dinheiro no julgamento da ação que vai decidir a abertura do processo.

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Segundo o relator da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra as 40 pessoas acusadas de envolvimento com o esquema, ministro Joaquim Barbosa, a SMPB imprimiu 80 mil notas fiscais falsas e emitiu cheques no total de R$ 4,562 milhões. Ele afirmou que as mesmas irregularidades ocorreram na DNA, outra agência de publicidade na qual Marcos Valério tinha participação.

?A perícia na contabilidade dessas empresas revelou artifícios fraudulentos nos registros de receitas e despesas?, destacou o ministro. ?Havia uma série de recursos sem origem comprovada ou justificados por notas fiscais falsas.?

Além de Marcos Valério, foram denunciados por lavagem de dinheiro os ex-sócios Ramon Hollerbach e Cristiano de Mello Paz. Também responderão pelo crime a ex-gerente financeira da SMPB Simone Vasconcelos e a ex-funcionária da agência Geiza Santos.

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O advogado Rogério Tolentino, que conseguiu escapar das acusações de peculato e corrupção ativa, dessa vez foi incluído na ação. ?O envolvimento, mesmo em tese, das empresas de Tolentino no mensalão é o que justifica a denúncia contra ele?, justificou Barbosa.

Em relação ao Banco Rural, o ministro relator afirmou que a instituição infringiu normas ao permitir o saque de cheques endossados pela SMP&B, o que resultou na retirada de R$ 3 milhões se a identificação do sacador. Barbosa citou o depoimento da presidente do banco Kátia Rebello ao Conselho de Ética da Câmara em 2005. Na ocasião, ela admitiu encontros informais entre ela, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e outro diretor do banco.

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O relator incluiu na denúncia, além de Kátia Rabello, os dirigentes Ayanna Tenório, Vinícius Samarane, José Roberto Salgado e José Augusto Dumont, vice-presidente do banco já falecido.