O ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello afirmou que repetiria nesta segunda-feira (17) a decisão tomada em 2000 que liberou da prisão preventiva o ex-banqueiro Salvatore Cacciola, preso no final de semana em Mônaco. Beneficiado por um habeas-corpus concedido por Marco Aurélio, o ex-banqueiro aproveitou a liberdade para, dias depois, fugir para a Itália e não mais voltar ao Brasil para cumprir pena de 13 anos a que foi condenado em 2005. "O que temos que considerar é que a liminar foi deferida quando ele era um simples acusado, não havendo ainda a sentença condenatória", afirmou Marco Aurélio.
O ministro argumenta que, como o processo contra Cacciola não foi concluído à época em que ele concedeu o habeas-corpus, não havia motivo para manter preso o ex-banqueiro. Marco Aurélio afirmou ainda ser possível negociar com o governo de Mônaco a extradição de Cacciola. "Se o Brasil prometer a Mônaco extraditar alguém que Mônaco tem interesse na persecução criminal, evidentemente a tendência é ter-se o deferimento da extradição", disse.
Desde 1999, Cacciola era procurado pelos crimes de gestão fraudulenta, corrupção passiva e peculato quando administrava o Marka, banco de sua propriedade. Ao lado do FonteCindam, o Marka causou prejuízo de R$ 1,6 bilhão ao Banco Central durante a maxidesvalorização do real.