Cerca de 2 mil manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) – 5 mil segundo os coordenadores do grupo – marcharam de forma pacífica pelo centro de São Paulo na tarde desta quarta-feira, 23. A marcha causou lentidão nas vias da região e revoltou alguns motoristas e trabalhadores.
Por causa de um acordo feito entre o movimento e a Polícia Militar, os sem-teto não ocuparam as faixas exclusivas para ônibus no trajeto percorrido em uma hora, do vão livre do Masp até a secretaria municipal de Habitação, na rua Líbero Badaró. Mas fecharam ruas como Consolação e Líbero Badaró, congestionando as transversais.
Na Avenida Paulista, a Companhia de Engenharia de Tráfego registrou lentidão de 1,6 km no início do ato. Às 14h15, três faixas no sentido Consolação ficaram ocupadas. Os manifestantes seguiram pelas ruas da Consolação, Xavier de Toledo, interditaram o Viaduto do Chá por alguns minutos e ocuparam a Rua Líbero Badaró, junto à sede da secretaria, onde se reuniram em assembleia.
A assistente financeira Rita de Fátima Garcia, de 47 anos, voltava de carona de uma sessão de radioterapia e ficou indignada quando se deparou com o trânsito bloqueado. “Sorte que estou voltando, mas e se eu tivesse perdido o horário do médico? Não falo por falar, mas por outros pacientes que podem estar nos carros e vão perder consulta”, argumentou.
O motoboy Silvio Teodoro da Silva Neto, de 32 anos, disse que em dias de protesto, perde metade das entregas que poderia fazer. “Eu faria umas 20 hoje, mas com esse protesto, no máximo 10. Entendo o lado deles, mas atrapalha. Deveria haver um lugar próprio para isso”, disse.