Brasília – O primeiro Exame Nacional de Certificação de Professores, o Provão dos professores de 1ª a 4ª série do ensino fundamental, será realizado em janeiro, anunciou ontem o ministro da Educação, Cristovam Buarque, durante teleconferência “Encontro Nacional de Valorização do Professor”. Os aprovados receberão uma bolsa equivalente a 20% do salário, por um período de cinco anos, como estímulo à formação continuada. Como o salário médio no País é de R$ 530, a bolsa deverá ser de R$ 106.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) é contra condicionar o pagamento da bolsa à aprovação no Provão. A presidente da CNTE, Juçara Vieira, também presente à teleconferência, defende tratamento aos professores semelhante ao dado aos alunos: primeiro acumula informações e depois se aplicam os exames. No Brasil, garantiu, existe muito professor de bolso vazio, cabeça preocupada e coração dedicado ao magistério, independente do salário, da jornada de trabalho e da formação.
Juçara prevê que aplicar o Provão do professor antes de promover cursos de formação acarretará prejuízos, principalmente aos que trabalham no interior do País, recebem pouco e não tiveram condições de se qualificar melhor. “O governo premiará aquele que se beneficiou das desigualdades sociais e não ajudará quem realmente necessita”, criticou.
O ministro discorda, justificando que governos estaduais e municipais vêm promovendo cursos de aperfeiçoamento para professores, há anos. Portanto, diz, esperar mais um ano para começar a pagar a bolsa significaria penalizar os que já passaram por estes cursos. O ministro informou que reservará R$ 120 milhões do orçamento do Ministério da Educação para pagar as bolsas, no próximo ano.
Voluntário
O Provão dos professores das primeiras séries do ensino fundamental é voluntário. As inscrições serão em novembro e a prova em janeiro. A bolsa só será paga meses depois.
