brasil

Maratona na folia exige estratégia e muito fôlego

Para curtir mais de um bloco de carnaval por dia, foliões criam agendas para acompanhar os desfiles, trocam de fantasia no trajeto entre um e outro e até contratam serviço de transporte para circular entre os cortejos. O fortalecimento do carnaval de rua de São Paulo e a tradição do Rio fazem com que os fãs não só acompanhem um bloco de sua preferência, mas se tornem integrantes de vários e encarem uma maratona para não perder nenhum desfile.

Já no pré-carnaval, o educador José Cury, de 57 anos, acertou com um motoboy e passou por cinco blocos sem ficar preso no trânsito. “Contratei como mototáxi. Ia para o bloco e ele ficava esperando. Se fosse fazer as corridas ou pagar estacionamento, gastaria o mesmo.”

Cury conta que sempre teve o hábito de viajar para outras cidades no período, mas, desde 2012, passa o carnaval na capital. “Tenho mais de dez anos de Bahia, fundei um bloco em Olinda, mas parei de viajar em 2012, quando entendi que o carnaval de rua estava voltando.” Para a maratona, diz adotar a moderação – hidratação, roupas leves e sem exagerar na bebida.

A arquiteta Isis Beretta, de 30 anos, também começou a curtir o carnaval de São Paulo após o boom dos blocos. “Em 2014, resolvi começar a tocar na oficina de percussão do Bangalafumenga, que tinha amado no carnaval anterior, e desfilei pela primeira vez no ano seguinte. Tocar é muito gostoso, relaxa a mente, é minha terapia.”

Gostou tanto que hoje ainda toca surdo de terceira e tamborim no Banga e em mais outros quatro blocos – Me Lembra que Eu Vou, Confraria do Pasmado, Casa Comigo e Te amo Só como Amigo. Para cumprir tantas agendas, precisa ser criativa.

Para tocar em dois blocos no mesmo horário, ela chegou a participar um pouco de cada um. E para mudar de fantasia? “Ah, me troquei na rua e dentro do Uber, mas sempre vou com roupa por baixo, tipo short e top, para ser mais fácil trocar, sem ter de ir a lugar fechado.”

A folia múltipla, para Daniel Soares, de 28 anos, inclui também escolas de samba. “Meu recorde foram seis escolas em um ano. Em 2016, fiz quatro de São Paulo e duas no Rio.” Danielzinho, como é conhecido, toca tamborim e precisa se organizar. “Vou para o Rio e ensaio nos fins de semana. Aqui, ensaio durante a semana.”

Aí tem uma rotina especial para a correria carnavalesca. “Minha alimentação é bem regulada no ano inteiro. Nesta época, é praticamente impossível manter alimentação regrada e acabo comendo besteira, muito lanche e coisa rápida, mas procuro descansar o máximo, tomo três litros de água por dia”, diz.

Fantasias em série – “Para a maioria das pessoas, o primeiro dia de carnaval foi este sábado, mas o meu começou em outubro, quando iniciei o planejamento das fantasias. Todo esse ritual faz parte da folia”, diz Mariana Andrade, de 33 anos, que curte a folia no Rio. A identificação com o carnaval vem de berço. “Minha família adora, e quando era criança meus pais me levavam para bloco em São Gonçalo (região metropolitana do Rio) e a desfiles na Sapucaí.”

E ela não compra fantasias prontas. “Fazer minhas próprias é parte da diversão”, diz. “Tenho ideias ao longo do ano e em outubro começo o planejamento para preparar cada uma”, conta ela. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo