A maratona da Fuvest terminou nesta terça-feira, 9, com provas específicas aplicadas aos candidatos a uma vaga na Universidade de São Paulo (USP) de acordo com a carreira escolhida. Os estudantes tiveram quatro horas para responder 12 questões, de duas ou três disciplinas. Professores ouvidos pela reportagem avaliaram que o último dia de provas seguiu a tradição de trazer questões complexas e desafiou alunos a mostrar bom domínio de temas atuais, como a tensão na Coreia do Norte e a Olimpíada do Rio.
“A Fuvest se preocupa com questões que, ao longo do tempo, têm trazido consequências importantes”, explica Fernando Rodrigues, professor de História do Cursinho da Poli. Nesta disciplina, o destaque foi para uma pergunta sobre as civilizações inca e asteca. “A América Latina foi bem contemplada nas duas fases. Foi grande o espaço que deram. É uma tendência perguntar mais de América, Ásia e África e um pouco menos de Europa”, diz.
Em Geografia, o candidato ligado no noticiário se deu bem. “Uma questão abordava o legado urbano da Olimpíada do Rio. Era preciso relacionar interesses empresariais com a atuação governamental”, diz Rodrigues. Em outra, o estudante tinha de localizar no mapa a Coreia do Norte e explicar a tensão política na região.
O teste ainda usou textos diferentes – como tabelas, gráficos e até pinturas – para contextualizar as questões. A prova de Física, segundo o coordenador do Curso Poliedro, Vinicius de Carvalho Haidar, foi longa. “Física foi diferente. Todas as quatro questões tinham quatro perguntas”, diz. Apesar de trabalhoso, o teste não foi o mais difícil, segundo Haidar. “Matemática foi uma prova difícil, um pouco acima (do que em anos anteriores).”
O teste na disciplina voltou a cobrar probabilidade, como ocorreu no segundo dia de provas da segunda fase, e teve ainda questões sobre funções trigonométricas e Geometria Analítica. “Foram questões bem diretas ao ponto.” Já em Química, em uma das questões sobre Química Orgânica, o candidato teve de desenhar um gráfico. “Essa não tinha nenhum item. Era só uma pergunta e isso não é muito comum, foge do padrão da Fuvest”, diz Haidar.