Marco Medeiros, morador de Natal, queria apenas fazer um mapa astral para participar de uma promoção, mas se envolveu em uma trama que o levou a saber da existência de uma irmã da qual foi separado ainda bebê. Adotado, o homem de 33 anos buscava dados sobre seu nascimento para concorrer a um mês de chocolate grátis quando descobriu que é irmão de Marcela Barbosa Carvalho, de quem é amigo há sete anos.
Marco precisava saber o horário exato em que nasceu, pois a campanha se basearia no mapa astral dos concorrentes. Como não tinha essa informação, pediu ajuda a Ana Garcia, sua mãe adotiva, que lhe deu a pulseirinha de maternidade com o nome da mãe biológica: Licélia Carvalho.
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O homem fez uma busca no Facebook e encontrou apenas um perfil correspondente, curiosamente com Marcela como amiga em comum. “Não tinha muita informação, então olhei os amigos em comum. Foi aí que eu vi o perfil de Marcela e resolvi conversar com ela”, contou ele, em entrevista à Inter TV Cabugi, afiliada da Globo.
Então, após uma breve uma troca de mensagens, os dois amigos descobriram que são irmãos: Marco perguntou se Marcela conhecia alguma mulher chamada Licélia Carvalho e ela respondeu que sim, era a mãe dela.
A próxima questão foi se Licélia havia tido outro filho. “Ela teve mais um e deu para uma família que não podia ter filhos”, contou Marcela, que não sabia mais nenhum detalha sobre a história. Quando tudo ficou claro, ela se emocionou. “Estou me tremendo todinha”, disse, antes de Marco materializar a descoberta dizendo: “Meu Deus! Nós somos irmãos”.
O homem sempre soube que foi adotado, mas nunca havia visto a pulseira porque jamais questionou os pais adotivos sobre o assunto. Ana Garcia encorajava a procura pelos pais biológicos, caso o filho tivesse interesse, mas ele mostrava receio de se engajar em uma busca.
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“Era medo, de certa forma, de magoar meus pais, de eles não gostarem de eu ir atrás de outra família, porque poderiam achar que eu ia deixar eles de lado, algo do tipo. Eu ia sempre empurrando com a barriga, falava: ‘Não, vamos deixar o tempo passar, um dia quem sabe’. E aí, foi passando”, conta ele, à emissora.
Mesmo sem querer, Marco acabou encontrando Licélia, que se emocionou e contou como tudo aconteceu. Na época, ela trabalhava como empregada doméstica, havia sido abandonada pelo pai de Marco e morava com uma prima. Marcela já era nascida.
“Minha mãe não aceitava, porque dizia que eu já tinha uma filha pequena e não queria mais outro filho. Aí eu tive que doar ele, porque eu não tinha condições”, disse. “Eu pedi a Deus todo dia, eu dizia: ‘Meu Deus, não me leve antes de eu ver meus filhos unidos para um ajudar um ao outro, dar um força um ao outro’. No aniversário dele, todo ano eu me desmanchava aqui, lembrando dele.”
Quando ainda era um recém-nascido, Marco foi deixado na banca onde trabalhava Ana, que já havia perdido dois filhos e considerava adotar uma criança. “A menina que trabalhava aqui disse que tinha chegado um menino muito chorão e que ela não o queria aqui. Ai eu disse: ‘Então você vá embora, que o menino vai ficar comigo'”, lembra Ana.
Sem saberem da conexão familiar que possuíam, Marcos e Marcela se conheceram em uma casa de praia, unidos por um amigo em comum. A partir dali, viraram amigos e até passaram um Ano Novo juntos, em 2016, mas nunca trocaram detalhes sobre suas histórias de vida.
Com a descoberta, a relação foi fortalecida. “Eu sempre peguei no pé dele. Ele dava um trabalhinho. E olhe que eu nem sabia. Imagine se eu soubesse que era o meu irmão, já tinha puxado a orelha faz tempo”, brincou Marcela.