Brasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reassumiu suas funções no final da manhã desta quarta-feira (16), depois das férias de dez dias, com a incumbência de redobrar a atenção sobre o desenrolar da crise financeira que se abate sobre os Estados Unidos há seis meses.
Em conversa com os jornalistas, antes de subir para seu gabinete, o ministro disse que recebeu determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que toda a equipe econômica fique "vigilante" quanto aos movimentos da economia internacional e, se necessário, adotar as medidas pertinentes.
Mantega ressaltou, contudo, que por enquanto não há necessidade, uma vez que "a economia brasileira está bem posicionada perante a crise", tanto pelos fundamentos econômicos em si quanto pelo lado do mercado interno, que "pode compensar alguma eventual perda dos produtores e exportadores brasileiros".
O ministro avaliou que o problema nos Estados Unidos já está em fase de desaceleração, e explicou que tecnicamente só se pode falar em recessão depois de três trimestres consecutivos de crescimento negativo.
"Não sei se isso [recessão] vai acontecer", acrescentou, porque "de fato, está ocorrendo uma desaceleração". A interrogação, segundo ele, é "até que ponto isso afeta, por exemplo, o mercado de commodities, e se teria repercussão no Brasil."
Segundo Mantega, por enquanto não há repercussão no mercado de commodities (preços internacionais para alimentos e minérios, principalmente) porque são as economias emergentes que puxam o consumo, e por isso os preços continuam altos.