O ministro da Fazenda, Guido Mantega, rebateu, em entrevista em Montevidéu, a notícia de que ele teria sido repreendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ter defendido a criação de um novo imposto por meio de medida provisória (MP). Mantega afirmou que "jamais" havia falado nesse tema e que a notícia não passou de um "factóide". "O presidente não me fez nenhuma reprovação. Isso foi interpretação dos jornais", disse o ministro.
O ministro da Fazenda declarou hoje que o governo deverá anunciar até o final da semana, "se estiverem amadurecidas, as medidas emergenciais, os cortes de gastos e alguma modificação nos impostos", para compensar as perdas de arrecadação com a extinção da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Mantega informou que, até lá, deverá tratar das propostas em estudo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com seus colegas de ministério.
Mantega não quis informar quais são essas medidas em estudo nem se o governo encaminhará ao Congresso uma proposta de emenda constitucional (PEC) para recriar a CPMF. "Não é o momento de se falar em PEC, porque temos de adaptar emergencialmente o Orçamento de 2008 à nova realidade", afirmou.
Questionado sobre possível congelamento de salários de funcionários públicos e de cortes de emendas parlamentares, o ministro esquivou-se: "Em um segundo momento, vamos analisar o Orçamento da Saúde.
Questionado sobre as dificuldades que o governo teria no ano que vem para obter a aprovação do Congresso à criação de um novo tributo por conta do período de eleições municipais, Mantega esquivou-se. "Analisamos as medidas sem pensar no período eleitoral.
O ministro deu entrevista no lobby do hotel em que está hospedado na capital uruguaia, pouco antes de seguir para o edifício do Mercosul, onde se reunirá com os ministros de Economia dos três outros sócios do Brasil no bloco econômico.