O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a crise econômica internacional é séria e não vai se resolver no curto prazo. Segundo o ministro, as medidas anunciadas ontem nos EUA para reforçar a regulação no sistema financeiro norte-americano são positivas, mas não vão debelar a crise. "Elas deveriam ter sido tomadas há dez ou 15 anos", disse.
"As medidas de ontem não terão eficácia para debelar a crise atual. Serão úteis para uma próxima crise", afirmou o ministro, que destacou que a crise atual ocorreu por causa da irresponsabilidade cometida no segmento de contratos derivativos e fundos de hedge, que, ao contrário do sistema bancário, não tem hoje uma supervisão ou controle.
Apesar de reconhecer a gravidade da crise, Mantega disse que alguns países emergentes, entre eles o Brasil, estão "descolados" dos seus efeitos. "O Brasil pouco sentiu. Os juros no mercado subiram um pouco, há volatilidade no mercado acionário, mas nosso crescimento não foi afetado. Nosso crescimento é robusto e sustentável, porque não gera desequilíbrios, como aumento da inflação e do déficit público", afirmou Mantega.
As declarações de Mantega fizeram parte de seu discurso na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) que acontece hoje no Palácio do Planalto.