Ameaçado por um quinto processo por quebra de decoro no Conselho de Ética, desta vez por uma suposta tentativa de espionagem contra senadores de oposição, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reforça sua aliança com o colega de partido Leomar Quintanilha (TO). A irritação dos oposicionistas cresceu diante de mais uma demonstração de que Quintanilha, que preside o Conselho de Ética, leva a investigação no freio de mão.
Na semana passada, Quintanilha prometeu, mas não cumpriu, por duas vezes, designar o relator da denúncia mais documentada contra Renan – a de que teria comprado duas rádios e um jornal com uso de laranjas. ?Ele é o engavetador-mor da República?, diz o líder do DEM, José Agripino Maia (RN).
Indignado com a demora, o vice-presidente do conselho, Aldemir Santana (DEM-DF), ofereceu-se para a vaga. Mas ouviu: ?Não precisa. Já convidei outros senadores e estou à espera de resposta.
?Quintanilha vem atrasando o processo das três representações?, protesta o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que também se ofereceu para ser relator, mas foi ignorado. ?Fiz os cálculos. Além de mim, só sobram Suplicy, Augusto Botelho e Jefferson Peres. Então falei para o Quintanilha parar logo com isso e chamar um dos três?, diz Santana.
O presidente do conselho protesta contra as críticas, sugerindo a seus pares que escolham outro para substituí-lo.
