Manifestantes voltaram a ocupar a escadaria da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro na madrugada desta quarta-feira, 06. O retorno se dá 22 dias depois que o primeiro acampamento foi desfeito pela Polícia Militar, no dia 15 de outubro. Na ocasião, mais de 200 manifestantes foram levados à delegacia – sendo que 69 deles foram presos.
Os manifestantes chegaram ao Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara, por volta das 3h30. O grupo tinha 30 pessoas e foram montadas duas barracas. Às 6h, conforme os manifestantes, uma viatura da Guarda Municipal fez a abordagem e pediu que as barracas fossem desfeitas porque estariam atrapalhando o tráfego dos pedestres na Cinelândia.
Dois dos participantes do protesto teriam resistido e se agarrado às barracas. “Chegamos a perguntar para pedestres que estavam ali se atrapalhávamos e eles disseram que não”, afirma uma manifestante de 25 anos, estudante de História da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Ela diz ainda que os guardas municipais chegaram a perguntar se eles tinham certeza de que preferiam resistir. Em seguida, voltaram à viatura, fizeram alguns telefonemas e retornaram para, à força, levar dois dos participantes da ocupação para a 5ª Delegacia de Polícia (DP), na região da Lapa, centro do Rio. Os dois foram liberados pela manhã.
A pauta da ocupação é diversa, mas inclui a libertação de dois presos durante manifestações, Jair Seixas (Baiano) e Rafael Braga Vieira, além de transparência nos gastos das obras de infraestrutura para a Copa do Mundo e para os Jogos Olímpicos e o fim do que consideram truculência da PM no trato com os manifestantes.
Pela manhã, com chuva no Rio, cinco pessoas permaneciam no local. Elas dizem estar em contato com advogados para conseguir permissão para montar barracas e restabelecer o acampamento.