O centro do Rio foi palco, nesta segunda-feira, da maior passeata da série de protestos contra o aumento no preço das passagens de ônibus ocorrida na cidade. Cerca de 20 mil pessoas participaram. Tudo ia bem até perto das 20 horas, quando um pequeno grupo subiu as escadarias da Assembleia Legislativa do Rio para tentar invadir o prédio. Eles estavam em quantidade 133 vezes maior do que a de policiais militares (eram 150, segundo dado oficial da corporação), que se refugiaram dentro da Assembleia e jogaram gás de pimenta e bombas de efeito moral de dentro do edifício para fora.

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Boa parte dos manifestantes estava de branco. Eles ocuparam toda a extensão da Avenida Rio Branco, uma das principais da região, para gritar também por outras causas: eles são contrários ao uso de dinheiro público nas obras preparatórias para a Copa do Mundo de 2014 e reclamam da má qualidade dos serviços públicos.

Embora a dispersão estivesse prevista para a Cinelândia, os manifestantes que seguiam à frente decidiram ir até a Assembleia Legislativa, como aconteceu na última quinta-feira, quando o prédio foi pichado. A concentração começou às 17 horas e, até as 19h30, não havia ocorrido confronto com a Polícia Militar, que até então apenas acompanhava os manifestantes.

Uma pequena parte dos manifestantes, em sua maioria jovens estudantes, levava flores, demonstrando que o ato tinha, de modo geral, motivação pacífica. Eles tiveram respaldo de profissionais que se prontificaram a ajudar em caso de arbitrariedades policiais: 60 advogados se colocaram à disposição para agir em caso de prisões ilegais (“mas não de depredações”, ressalvaram) e 20 estudantes de medicina de jaleco branco se ofereciam para atender possíveis feridos. Até as 19 horas não havia registro de incidentes.

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Os dizeres “Revolto-me, logo existo”, “Verás que o filho teu não foge à luta” e “Somos filhos da revolução” estamparam cartazes. Os manifestantes que estavam com bandeiras de partidos políticos (PCB, PSol, PSTU) foram criticados – preferia-se a bandeira do Brasil. Ainda na concentração, enquanto um dos líderes do movimento discursava fazendo críticas à presidente Dilma Rousseff pela parceria com os governos do estado e município do Rio, o cineasta Daniel Zarvos, de 39 anos, tentou se apossar do microfone gritando palavras de apoio a ela.