Um protesto contra a morte de Pedro Henrique Gonzaga, de 25 anos, no hipermercado Extra, na Barra da Tijuca, levou dezenas de pessoas a uma manifestação no estacionamento do mercado na tarde deste domingo, 17. O jovem morreu na ultima quinta-feira, 14, depois que um segurança, Davi Ricardo Amâncio, teria lhe aplicado um golpe mata-leão (uma chave de estrangulamento, no pescoço), após uma confusão na loja.
A manifestação foi convocada por vários grupos de ativistas, ligados principalmente ao movimento negro,. Contou com a presença da ex-governadora Benedita da Silva (PT) e do ator Aílton Graça. O grupo começou a se reunir pela manhã no estacionamento. Munidos de cartazes com os dizerem “Vidas negras importam” e “Minha cor não é um crime”, pediam o boicote à rede. Alguns clientes que chegavam para fazer compras desistiram de entrar depois de abordados por manifestantes.
Na noite de quinta-feira, imagens da ação do segurança, filmadas por câmeras de celulares, viralizaram nas redes sociais. Nos registros, é possível ver que testemunhas o alertaram para os riscos para Gonzaga, que parecia estar desmaiado sob o corpo do , no chão da loja. O segurança, porém, repudiou as intervenções e mandou até que as pessoas em volta calassem a boca.
O segurança informou depois à Polícia que ficou fazendo peso em cima de Gonzaga, no chão, porque pensava que o jovem fingia um desmaio. Ele negou ter aplicado o mata-leão.
Ontem, novas imagens, do jovem conversando com os seguranças antes do ataque foram divulgadas. Amâncio, de 32 anos, vai responder por homicídio culposo, ou seja, sem intenção. Ele foi liberado pela Polícia após prestar depoimento e pagar fiança de R$ 10 mil.
Gonzaga, que segundo amigos sonhava em ser DJ e tinha um filho, estava com a mãe no supermercado. O segurança afirmou que o rapaz, durante um tumulto, tentou tomar-lhe a arma e ameaçava outros clientes.
Em nota, o Extra lamentou o episódio e informou que os seguranças envolvidos foram afastados. A empresa instaurou sindicância interna para acompanhar as investigações.
“Independentemente do resultado da apuração dos fatos, nada justifica a perda de uma vida”, declarou o mercado, no texto.