Mangabeira Unger disse que ‘Brasil é um caldeirão que fervilha’

Em sua primeira aparição pública após as mudanças na forma do órgão que irá cuidar do planejamento de longo prazo, o professor Roberto Mangabeira Unger afirmou hoje que o principal problema do País não é nem político nem econômico. "O Brasil é um grande caldeirão que fervilha. A característica mais saliente do País é sua vitalidade. Mas o nosso problema nacional mais importante não é nem político e nem econômico. É nossa disposição para obedecer, para aceitar o formulado, o que nos impõe ou recomendam de fora. Audácia e imaginação. Disposição para revelar-se. É o que eu quero ver instalado no Brasil", disse ele sendo bastante aplaudido por um grupo de parlamentares.

Mangabeira Unger participou na manhã de hoje de um café da manhã na Câmara dos Deputados, organizado pela Frente Ambientalista. A saída encontrada pela Presidência da República para manter a secretaria de Planejamento de Longo Prazo, extinta semana passada com a derrubada da medida provisória 377 pelo Senado, será a edição de um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva criando o Ministério Extraordinário de Assuntos Estratégicos. O decreto, porém, ainda não foi publicado no Diário Oficial

Na conversa com os deputados, Mangabeira Unger não quis comentar se a extinção da secretaria atrapalhou seu trabalho. "Minha função é ajudar a formatar e discutir uma proposta que atenda ao desejo mais forte do País: elaborar um modelo de desenvolvimento baseado na ampliação do crescimento econômico e da inclusão social", disse durante um discurso de pouco mais de 15 minutos.

Ele contou que chegou a algumas constatações durante o período de cerca de 90 dias em que esteve à frente da secretaria. A primeira, disse ele aos parlamentares, é que não adianta formular projetos conceituais abrangentes, ou seja, escrever documentos. "Seria uma peça de museu, sem nenhuma conseqüência inovadora", concluiu. Uma outra conclusão é que é preciso pensar um projeto de estado e não apenas de governo. "É preciso um projeto que tenha vida mais longa que a vida do atual governo", disse.

Unger disse também que sua intenção é definir projetos estratégicos que "encarem e antecipem os rumos que queremos para o País" e, depois de trabalhá-los com os ministros de cada pasta apresentá-los ao presidente Lula. Entre esses projetos, ele citou a criação de uma rede de escolas médias federais que possam oferecer ensino "analítico e capacitador".

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