Manejo inadequado do solo na Amazônia libera carbono

A Amazônia Legal detém um estoque de 48 bilhões de toneladas de carbono no solo a um metro da superfície, o que representa em torno de 59% do total registrado pelos 27 países que compõem a União Europeia (UE). A informação é do estudo “Geoestatísticas de Recursos Naturais da Amazônia Legal”, divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados referentes a 2002.

“A manutenção desses estoques propicia o equilíbrio do clima. Se houver desmatamento ou um uso predatório daquela região, todo esse carbono, que estava armazenado no solo, vai para a atmosfera, contribuindo para o efeito estufa. Até a simples atividade de remexer o solo com arado é capaz de quebrar as moléculas e gerar emissão de carbono”, explica a geógrafa e pesquisadora da Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais do IBGE, Rosangela Garrido.

De acordo com o levantamento, as maiores concentrações de carbono no solo se localizam em manguezais e em regiões de campinaranas. “Isso foi uma surpresa, porque achávamos que a concentração de solos deste tipo ficariam mais sob uma densa vegetação, o que não foi o caso”, acrescentou a técnica. Na região da Amazônia Legal, a média é de 95 toneladas de carbono por hectare, mas há localidades que possuem registros de 250 toneladas por hectare, de acordo com a especialista do IBGE.

Segundo Rosangela, as áreas de maior concentração de carbono no solo no País estão no norte da Amazônia; centro-sul de Roraima; e nos litorais do Pará e do Maranhão. A técnica comentou ainda que a presença de carbono no solo a um metro da superfície é vantajoso para a agricultura brasileira, pois a presença de material orgânico no solo estimula o cultivo de culturas agrícolas. Além disso, a presença de carbono também ajuda a diminuir a erosão dos solos, de acordo com a pesquisadora. Com informações da Agência Brasil.

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