São Paulo – O ex-prefeito Paulo Maluf disse, em depoimento no Ministério Público Estadual, que o seu indiciamento na Polícia Federal por cinco crimes (lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, remessa ilegal de divisas, peculato e formação de quadrilha), além do envolvimento em suposto esquema de suborno oferecido ao ex-presidente da Câmara de Vereadores, Armando Mellão, é fruto de “armação” dos tucanos, que querem prejudicar o seu apoio à candidatura da prefeita Marta Suplicy.
“É tudo armação dos tucanos para prejudicar o anúncio do meu apoio no segundo turno a um dos dois candidatos”, disse Maluf, ao final do seu depoimento ao promotor José Reinaldo Guimarães Carneiro, que ouviu o ex-prefeito sobre o conteúdo de fitas gravadas de conversas entre o ex-presidente da Câmara, Armando Mel-lão, e o vereador malufista Brasil Vita.
Nas fitas, gravadas por Mellão, Vita teria oferecido, em nome de Maluf, R$ 200 mil para que o ex-presidente da Câmara dissesse que recebeu dinheiro de José Serra para afirmar que Maluf superfaturou as obras do túnel Ayrton Senna e da Avenida Água Espraiada. O ex-prefeito é acusado de ter desviado verbas públicas e enviado para o exterior. Maluf negou que tenha oferecido dinheiro a Mellão.
“Esse cidadão é desqualificado, chantagista e ex-presidiário”, disse Maluf, após o depoimento.
O ex-prefeito reafirmou que deve anunciar sua posição no segundo turno possivelmente nesta sexta-feira, dando a entender que anunciará o apoio a Marta, mas em nenhum momento disse que já tenha decidido isso.
