Mais um ?mensaleiro? absolvido pela Câmara

Como previsto, a Câmara absolveu ontem o deputado Pedro Henry (MT), ex-líder do PP. Ele obteve a seu favor 255 votos, contra 176 pela cassação, 20 abstenções e dois brancos. Votaram 453 dos 513 deputados. Henry foi acusado pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de ser um dos operadores do mensalão. Mas nem as CPIs dos Correios e do Mensalão nem o Conselho de Ética conseguiram avançar nas investigações. Por falta de provas, recebeu absolvição no conselho, confirmada ontem pelo plenário, que ontem também votou o processo do presidente do PP, Pedro Corrêa (PE). Até o fechamento desta edição, a votação não havia sido concluída.

Logo que o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), anunciou o início da sessão destinada a julgar Henry, ficou patente a falta de interesse dos deputados a respeito desse processo. Apenas 20 parlamentares achavam-se no plenário e o painel eletrônico registrava o comparecimento de 234 deputados em todo o prédio da Câmara. Nem o relator, Carlos Sampaio (PSDB-SP), estava por perto. O jeito foi improvisar. Aldo Rebelo pediu a Benedito de Lira (AL), que é do conselho, mas também do PP, mesmo partido de Henry, para ler o relatório que opinava pela absolvição do ex-líder do PP.

Pedro Henry é o quinto parlamentar da lista dos 18 acusados de envolvimento com o mensalão a ser absolvido. Livraram-se da cassação, até agora, além de Henry, os deputados Professor Luizinho (PT-SP), Roberto Brant (PFL-MG), Sandro Mabel (PL-GO) e Romeu Queiroz (PTB-MG). Foram cassados Roberto Jefferson (PTB-RJ) e José Dirceu (PT-SP). Renunciaram ao mandato para fugir do processo Valdemar Costa Neto (PL-SP), Carlos Rodrigues (sem partido-RJ), José Borba (PMDB-PR) e Paulo Rocha (PT-PA).

Nas entrevistas que concedeu e nos depoimentos dados às CPIs dos Correios e do Mensalão, Roberto Jefferson não só acusou Pedro Henry de ser um dos operadores do mensalão – a mesada que seria paga aos parlamentares da base da governo para que votassem a favor de projetos de interesse do Palácio do Planalto -, mas também por tentar atrair para o esquema o líder do PTB, José Múcio Monteiro (PE). O nome de Henry, no entanto, nunca foi citado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza como um dos mensaleiros. Como nada foi provado contra o deputado, o Conselho de Ética o absolveu por 9 votos a 5, derrotando assim parecer do deputado Orlando Fantazzini (PSol-SP), que recomendava a cassação do mandato do ex-líder do PP.

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