A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (21) um outro delegado federal envolvido com a máfia do jogo ilegal no Rio, num desdobramento da segunda fase da Operação Furacão, desencadeada na tarde de terça-feira. Eduardo Machado Fonte, que chefiava a delegacia da PF em Macaé, no Norte Fluminense, foi preso por policiais do departamento de inteligência da PF, vindos de Brasília, e agentes da superintendência da PF do Rio. Como os dois policiais federais (entre eles um delegado), 19 policiais civis (dos quais dois são delegados) e um policial militar presos na terça-feira, Fonte é acusado de integrar o esquema de recebimento de propina dos contraventores.
Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal à 6º Vara Criminal Federal do Rio, o esquema que envolve os policiais é uma "organização menor dentro da organização criminosa investigada" montada pelos contraventores Aniz Abrahão David, o Anísio, Antônio Petrus Kalil, o Turcão e Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, presos na primeira fase da operação, em abril. Para a manutenção e progresso da exploração de caça-níqueis e jogos ilegais, eles teriam buscado influência no Judiciário, alvo da primeira ação da operação, e nas estruturas policiais do Rio.
A denúncia, feita com base nos relatórios de investigação da Polícia Federal, revela que os policiais recebiam mesadas, a maioria delas pagas por volta do dia 15 de cada mês. O texto sustenta que é possível comprovar que policiais federais e estaduais recebiam regularmente propinas que variavam de R$ 2 mil a R$ 30 mil. Ontem, o superintendente da PF no Rio, Delci Teixeira, afirmou que os dois policiais federais presos recebiam R$ 5 mil mensais. Em troca, os policiais envolvidos davam proteção aos negócios da quadrilha, dificultavam investigações sobre a máfia e avisavam contraventores sobre ações policiais. Quatro procurados permanecem foragidos.