Passava de mil nesta segunda-feira, 17, o número de pessoas afetadas pelas chuvas que atingem o Vale do Ribeira, na região sul do Estado de São Paulo, desde o fim de semana. A Defesa Civil computava, no final da tarde, 951 pessoas desalojadas e 129 desabrigadas. As prefeituras das duas cidades mais atingidas, Miracatu e Juquiá, decretaram situação de emergência.
Em Juquiá, o rio que corta a cidade voltou a subir atingindo sete metros acima do nível normal. O número de pessoas desalojadas foi ampliado para mais de 420, já que muitas foram para casas de parentes. Pelo menos 350 moradias sofreram inundação, segundo a Defesa Civil.
De acordo com a prefeitura, muitas famílias deixaram espontaneamente as casas e se abrigaram com parentes e vizinhos. “Ainda estamos levantando o número oficial, mas pela quantidade de casas inundadas, pode ser maior do que pensamos”, disse o prefeito Merce Hojeije (PTB).
Cinco casas foram atingidas pelo deslizamento de encostas e 27 pessoas foram levadas para abrigos em duas escolas. Ruas e avenidas ainda estavam sob a água. A cidade ficou sem aulas. Barcos retiravam famílias ilhadas na zona rural. Na rodovia SP-79, que liga o Vale do Ribeira à região de Sorocaba, barreiras que caíram sobre a pista não tinham sido totalmente removidas. No início da noite, o prefeito discutia com a Defesa Civil a possibilidade decretar estado de calamidade pública.
Em Miracatu, uma tromba d’água causou o transbordamento do Rio São Lourenço e do córrego Prainha, além do deslizamento de encostas. Pelo menos 25 instalações públicas, oito empresas e 354 residências foram afetadas, deixando 504 pessoas desalojadas e 102 desabrigadas, segundo a Defesa Civil. Centros comunitários e escolas foram usados como abrigo. Na zona rural, pontes e estradas foram danificadas e até bois foram levados pela enchente.
Bairros rurais ilhados.
Em Pedro de Toledo, o Rio Itariri inundou pelo menos seis residências e 27 pessoas ficaram desalojadas. Bairros rurais continuavam ilhados nesta segunda-feira. Em Itariri, a ponte pênsil de travessia de pedestres do bairro Laranja Azeda foi levada pelas águas do Rio Itariri, deixando a comunidade isolada. As prefeituras recebem doações de cestas básicas, produtos de limpeza e água potável.