Mais de 6 milhões de crianças sofrem agressão em casa

  Átila Alberti
Átila Alberti

Dos 55,6 milhões de brasileiros com menos de 14 anos, 12% são vítimas de algum tipo de agressão no ambiente familiar.

Brasília – A violência contra crianças e adolescentes muitas vezes ocorre dentro de casa. Dos 55,6 milhões de brasileiros com menos de 14 anos, 12%, ou seja, cerca de 6,6 milhões, são vítimas de algum tipo de agressão no ambiente familiar, segundo dados da Sociedade Internacional de Prevenção ao Abuso e Negligência na Infância.

?Todas as pesquisas feitas mostram que a maior parte das crianças e adolescentes de rua saíram de casa por conta da violência que sofriam. Quer dizer, foram vítimas da violência sexual e física, do abandono, da negligência. E, por incrível que pareça, para eles é melhor viver na rua, sob todos os riscos que a rua proporciona, do que dentro de casa?, afirmou o presidente da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia), Lauro Monteiro, em entrevista à Agência Brasil.

Para ele, as políticas públicas devem ser de prevenção, enfocando a família. ?Se a gente diz que o abuso sexual dentro da família é a porta de entrada para a prostituição infantil, não adianta procurar apenas os criminosos que exploram a prostituição. Antes disso, é preciso lembrar que essa menina de 12 ou 13 anos freqüentemente foi abusada sexualmente. São crianças que crescem com baixa auto-estima, muitas vezes com um sentimento de culpa, e de repente são vítimas fáceis de criminosos, exploradores e pedófilos?.

Monteiro, no entanto, pondera que esse problema não é exclusividade brasileira. ?Nós sabemos que no Brasil a situação não é diferente do resto do mundo, inclusive dos países desenvolvidos. O abuso sexual ocorre aqui no Brasil e ocorre também na Inglaterra, nos Estados Unidos ou na França?. Ele relembra o caso de uma mãe condenada no Estados Unidos por ter colocado o filho, ainda bebê, dentro do microondas. ?É uma coisa quase impossível de se imaginar?.

Na opinião de Monteiro, ?a sociedade está muito mais atenta [do que antigamente], mas é preciso governos fazerem muito mais?.

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