Pesquisa encomendada pelo Programa Nacional de DST-Aids mostra que 10,3 milhões de brasileiros já tiveram sintomas de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e que os primeiros problemas começam cedo. Segundo o estudo, 8,9% dos homens entre 15 e 24 anos disseram ter apresentado sintomas. “É um dado que preocupa, sobretudo diante da constatação de que DSTs aumentam em até 18 vezes o risco de infecção pelo HIV”, disse a coordenadora do programa, Mariangela Simão.
O estudo também mostra que o brasileiro resiste em procurar médico nessas situações – e quando o faz, é mal orientado. Um em cada quatro homens, ao ter os sintomas, procurou o balconista da farmácia em vez de um médico. Do grupo que procurou os médicos, só 30,2% foi orientado a fazer teste de HIV. A situação foi pior no aconselhamento sobre sífilis: só 24,3% dos infectados foram aconselhados a fazer o exame. “É preciso que os médicos estejam mais atentos”, afirmou Mariangela.
Entre as mulheres, a situação é melhor. Das que tiveram sintomas, 11,4% não procuraram tratamento. Entre as que procuraram, a maioria (74,7%) buscou o médico. Mas as orientações recebidas também deixaram a desejar: apenas 30,7% foram aconselhadas a fazer o teste de HIV e 22,5%, o de sífilis. O correto seria o profissional, além de indicar tratamento, orientar o paciente a usar preservativo, a comunicar seu parceiro e a fazer testes de HIV e de sífilis.