Os fumantes brasileiros estão preocupados com a saúde e 82% deles já sofreram com problemas relacionados ao tabaco. E mais: 65% são a favor das leis de proibição total ao fumo em ambientes fechados. Entre os não fumantes, essa aprovação sobe para 80% dos entrevistados.
Os dados fazem parte da pesquisa do International Tobacco Control (ITC), que avalia, em 20 países, o impacto das políticas públicas implementadas pelos governos. O estudo foi divulgado hoje pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), na véspera da votação, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, do projeto de lei que proíbe o fumo em ambientes fechados em todo o território nacional.
“Alguns Estados e municípios se adiantaram e têm leis que proíbem o fumo em lugar fechado, mas a indústria do tabaco ajuizou ações questionando que a legislação estadual não pode se sobrepor a uma lei federal, que permite o fumódromo”, afirmou Tânia Cavalcante, coordenadora do Programa de Controle do Tabagismo do Inca.
Ela citou estimativa do instituto, de 2008, segundo a qual seis mil pessoas morreram, naquele ano, por tabagismo passivo. “Os fumódromos têm de ser banidos. Precisamos de uma lei federal que acabe com a disputa na esfera judicial e resolva a questão. Sem os fumódromos, cai o consumo e a indústria não quer que isso aconteça. É uma questão exclusivamente econômica. E a economia não pode estar acima da saúde pública”, defendeu.
Em janeiro de 2006, o Brasil ratificou adesão à Convenção-Quadro, tratado internacional de saúde pública com a chancela da Organização Mundial de Saúde. Entre as medidas com as quais o País se comprometeu está a proibição do fumo em ambiente fechado. O prazo para a medida ser adotada vence em 2011.