Cuiabá (AE) – O governador reeleito do Mato Grosso, Blairo Maggi (sem partido), afirmou ontem que não teme uma possível retaliação, caso o candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB), da coligação Por um Brasil Decente (PSDB-PFL), vença as eleições. Maggi reiterou o apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato da coligação A Força do Povo (PT) à reeleição, deixou o PPS e classificou o presidente nacional do partido, deputado Roberto Freire (PE), de ?ditador?. O governador reeleito do Mato Grosso gravou participações na publicidade eleitoral gratuita do PT.
A opção de Maggi divide a opinião do setor produtivo vinculado à Federação da Agricultura do Estado de Mato Grosso (Famato). Preocupado com a repercussão, ele enviará cartas respondendo às críticas que recebe porque o setor apóia o PT no segundo turno. A maioria dos empresários do agronegócio, até mesmo o ex-secretário de Desenvolvimento Rural e deputado eleito Otaviano Pivetta (PDT), declarou apoio a Alckmin. ?Não sou traidor. Não se deve colocar todos os ovos na mesma cesta. Todas as lideranças do agronegócio estão apoiando Geraldo Alckmin?, comparou Maggi, referindo-se aos produtores rurais.
O governador reeleito do Mato Grosso justificou o apoio ao PT na disputa eleitoral como tática para manter aberto um canal de diálogo entre o setor agrícola e um eventual novo governo petista. Maggi voltou a rebater insinuações de que tenha vendido a adesão ao partido. ?Eu lá sou ?nego? de ser comprado??, reagiu. O governador reeleito afirmou que a decisão não foi tomada de forma intempestiva, uma vez que votou, no primeiro turno e em 2002, em Lula.