Foto: Bernardo Hélio/Agência Câmara |
Delcídio Amaral tem nome relacionado a R$ 24 mil. |
Brasília – As atenções sobre o desenrolar da Operação Navalha recaem agora sobre a divulgação da lista de políticos relacionados aos valores e presentes na contabilidade da construtora Gautama – apontada pela Polícia Federal como a maior beneficiada da máfia das obras. A lista deve incluir governadores, prefeitos e grande número de parlamentares federais e estaduais, entre os quais pelo menos três senadores. A PF encontrou indícios de que um possa ser o senador Delcídio Amaral (PT-MS), ex-presidente da CPMI dos Correios. Os investigadores não sabem ainda se a citação está ou não relacionada a alguma atividade ilícita.
O nome do senador foi encontrado numa das pastas pessoais do dono da construtora, Zuleido Veras, presas na operação. Preenchida pela secretária particular do empresário, a pasta contém a relação de políticos com as quais a construtora se relacionava. O nome ?Delcídio? aparece ao lado de um valor -R$ 24 mil, seguido da descrição da despesa ?aluguel de jatinho?. O senador não foi encontrado para comentar o assunto.
Junto com as pastas, que trazem a contabilidade legal e uma paralela com supostos pagamentos de propina a políticos, a PF apreendeu na sede da empresa, durante a operação, realizada em nove estados e no Distrito Federal na quinta-feira passada, também uma planilha eletrônica de controle que registra nomes de políticos. A esses nomes, em sua maioria parlamentares, estão associados valores de emendas orçamentárias. Estão relacionados políticos de vários estados, sobretudo de Alagoas, Bahia e Maranhão.
Além das anotações de valores, ao lado de vários nomes aparecem também presentes como carros valiosos, gravatas, uísques, passagens aéreas e hospedagens em hotéis. Uma parte dos documentos está arquivada num dos computadores da empresa. Nas escutas telefônicas, essa contabilidade paralela da Gautama é citada por alguns executivos da empresa como ?folha B?.
Toda a documentação já está em Brasília e será analisada pela Diretoria de Inteligência da PF a partir de amanhã, com o auxílio de peritos do Instituto Nacional de Criminalística (INC).