Dona Doraci Terezinha Wirganovicz, mãe de Edelvânia e Evandro, dois dos quatro réus acusados de participação na morte do garoto Bernardo Boldrini, disse que sua filha foi convencida pela madrasta do menino, Graciele Ugulini, a participar do crime, e sustentou que seu filho é inocente, em depoimento prestado do juiz Bruno Masing de Oliveira, no foro de Rodeio Bonito, no noroeste do Rio Grande do Sul, nesta terça-feira.
Bernardo sumiu de casa, em Três Passos, no dia 4 de abril deste ano. O corpo foi encontrado enterrado em um matagal à beira de um rio em Frederico Westphalen, a 80 quilômetros de distância, no dia 14 de abril. Depois da investigação policial, o Ministério Público acusou o pai do garoto, o médico Leandro Boldrini, e a madrasta Graciele Ugulini de terem planejado o assassinato e os irmãos de terem colaborado para a execução do plano.
Segundo nota divulgada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, a mãe contou que só ficou sabendo do envolvimento da filha quando à polícia bateu em sua casa, próximo do local, onde o corpo foi escondido, procurando as ferramentas usadas para cavar a cova. Doraci confirmou que Edelvânia deixou na casa dela uma pá e uma cavadeira, informando que seriam usadas para abrir um canal no terreno. Assegurou, ainda, que a filha “não é má pessoa” e foi convencida pela madrasta a colaborar com o crime. A defesa de Edelvânia diz que ela acompanhou Graciele no dia em que Bernardo desapareceu, mas alega que a assistente social não participou do “evento morte”.
Para a mãe, a acusação contra Evandro é equivocada. Doraci afirmou que Evandro não abriu a cova, como apontou a polícia, mas apenas esteve à margem do rio para pescar dois dias antes do desaparecimento de Bernardo. Lembrou inclusive de ter visto os peixes quando ele passou em sua casa novamente. “Meu filho é inocente, está pagando pelo que não deve”, ressaltou.
O processo está em fase de instrução. A Justiça vai ouvir dezenas de testemunhas indicadas pela acusação e defesa. Depois tomará os depoimentos dos réus e receberá as alegações da defesa. Ao final, o caso poderá ir a júri popular. Não há previsão de data para o julgamento.