Rio – A vigília e jejum de mais de 24 horas da pastora metodista Genilma Boehler, plantada em frente à portaria do Hotel Sofitel, em Copacabana, na zona sul do Rio, à espera do presidente do Paraguai, Nicanor Duarte, deu resultado. Há exatos nove meses, o ex-marido de Genilma, paraguaio, levou os dois filhos do casal, mesmo com uma sentença transitada em julgado garantindo a guarda das crianças à mulher. Ela conseguiu ser recebida por Duarte, em audiência privada, ontem à tarde. Na sua frente, ele ligou para o chefe da polícia paraguaia e mandou que a decisão judicial seja cumprida em 48 horas.
Grupos de defesa dos direitos humanos apoiaram o protesto de Genilma, segurando cartazes com os dizeres: “Vigília e jejum pelo retorno imediato de Arturo e Guillermo do Paraguai ao Brasil”. A polícia pediu para que os manifestantes se afastassem da entrada do hotel. Em fevereiro deste ano, Genilma deixou os dois filhos com o pai, o indigenista Eri Rojas Villalba, de quem está separada há três anos e meio, em São Bernardo do Campo. Ela faria uma viagem de trabalho. Quando voltou, os irmãos Guillermo 10, e Arturo, 7, tinham sido levados pelo pai ao Paraguai. Desde então, a mãe nunca mais viu ou falou com os filhos.
O chanceler do Paraguai, Luiz Gonzales Arias, disse suspeitar que Eri esteja contando com a proteção de parentes que são policiais. O Ministério Público Paraguaio descobriu que as crianças não estão matriculadas em nenhuma escola, mas que permanecem no país.