São Paulo – Terminou no início da manhã de ontem o seqüestro da mãe do jogador Robinho. Marina Souza, de 43 anos, foi encontrada no bairro de Perus, na zona oeste da capital paulista. Ela estava sozinha, e pediu ajuda a moradores de uma casa para chamar a polícia. Segundo uma rádio da capital paulista, o resgate teria sido pago, mas a polícia não confirma essa informação.
José Pedroso, dono da casa onde Marina procurou ajuda quando foi libertada, disse que pensou que ela fosse uma moradora de rua que quisesse café:
"Era em torno de 7h. Ela estava enrolada num cobertor, porque estava uma manhã chuvosa. Ela foi se aproximando e disse: moço, eu sou a Marina, mãe do Robinho, eles me soltaram ali em cima", contou.
Marina foi levada para o Hospital Metropolitano, na Lapa, onde fez exames de sangue e raio-X. Segundo informações passadas à imprensa por familiares de Robinho, ela emagreceu 4,5 kg e teve os cabelos cortados, nos 41 dias que passou em poder dos seqüestradores. Marina teria dito também que não foi maltratada ou machucada no cativeiro. Ela teve alta no fim da manhã e foi de carro para o apartamento da família, em Santos.
A mãe de Robinho foi seqüestrada por volta das 21h do dia 6 de novembro, num churrasco em Praia Grande, litoral de São Paulo. Sem usar máscaras ou capuzes, dois homens armados invadiram a residência, renderam os convidados, perguntaram quem era a mãe do jogador do Santos e a levaram. Na manhã seguinte, a polícia confirmou o seqüestro e a localização do carro utilizado durante a ação, na própria Praia Grande.
No momento do seqüestro, Robinho estava com a delegação do Santos em Criciúma, onde a equipe enfrentou o time catarinense pela 40ª rodada do campeonato brasileiro. Ele chegou a se colocar à disposição do treinador Vanderlei Luxemburgo para atuar, mas foi liberado.
Seqüestradores enviaram vídeos
O diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior-6 (Deinter-6), delegado Alberto Corazza, afirmou que os seqüestradores mandaram vídeos para a família de Robinho durante o período em que a mãe do jogador, Marina Souza, foi mantida em cativeiro. Na avaliação dele, a quadrilha é organizada e pode ter contratado alguém para ficar no cativeiro e fazer o seqüestro.
"Esses vídeos serão recolhidos para ajudar nas investigações. Esta foi uma forma de avisar a família que dona Marina estava viva", explicou.
O delegado disse que a polícia, que se manteve afastado do caso a pedido de Robinho, voltará a investigar na segunda-feira e tentará ouvir a mãe do jogador, que por enquanto está muito abalada e não quer falar.
"Sentindo que não haverá represália contra ela, pelo que disser, tentaremos conversar", afirmou o delegado, acrescentando que os seqüestradores fizeram contato com a família, principalmente, por telefone.
Segundo informações iniciais, Marina teria informado aos policiais que acredita ter ficado em um cativeiro em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Além disso, a mãe do atacante teria afirmado que foi transferida esta semana para uma casa no bairro Perus.