Madrasta ficará pelo menos 15 dias sem visitas

Anna Carolina Jatobá, ré no processo pelo assassinato de sua enteada Isabella Nardoni, ficará de 15 a 30 dias em regime de observação, sem direito a visitas e em uma cela com beliches de concreto e uma privada no Presídio Feminino de Sant’Anna, na zona norte de São Paulo. Só quem poderá ver Anna serão os seus advogados de defesa, das 9 às 17 horas, e dependerá do número de detentas na mesma situação se ela ficará ou não sozinha na cela.

Para o advogado criminalista Mário de Oliveira Filho, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), as presas devem receber Anna Carolina sem reações violentas. "Pode haver uma ou outra manifestação, mas nada que a coloque em risco", diz. "Já vi casos tão graves ou piores que esse e as presas foram solidárias entre si."

Passado o período chamado de "inclusão" da presa, ela será levada para a área de convívio, onde passa a dividir cela com um número maior de detentas. Caberá à direção do presídio decidir se ela ficará separada de outras presas para garantir sua segurança. Se for mandada para o "seguro", Anna Carolina ficará em um pavilhão isolado, junto com outras mulheres ameaçadas.

Após o período de inclusão, Anna Carolina poderá trabalhar na faxina, cozinha ou em oficinas da penitenciária. Ela passa também a ter direito a visitas semanais de parentes, aos sábados ou domingos. "O presídio de Sant’Anna sofre do mesmo problema, crônico, de todo o sistema prisional brasileiro: superlotação e falta de um programa de reabilitação", descreve Oliveira Filho. "Muitas vezes, os presos provisórios e os já condenados nem sequer são separados."

Delegacia

Por ter nível superior completo – é formado em Direito -, o marido de Anna Carolina, Alexandre Nardoni, também acusado por homicídio na ação sobre a morte de Isabella, deve ficar preso no 13º Distrito Policial, na Casa Verde, zona norte, até que saia a sentença do caso. Ele poderá receber visitas todas as sextas-feiras, já a partir desta sexta-feira (9). Visitantes mulheres podem entrar de manhã e homens, à tarde. Alexandre ficará em cela especial, mas que, segundo Oliveira Filho, "nada tem de especial". "É um pátio da delegacia, dividido em celas com beliches de concreto, privada e colchonete, onde os presos passam o dia todo confinados, com direito a uma hora de sol.

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