Brasília
(AE) – O vice-presidente Marco Maciel pôs em dúvida a possibilidade de participação do presidente Fernando Henrique Cardoso no palanque do candidato do PSDB à Presidência da República, senador José Serra (SP). “Não sei se o presidente deve estar no palanque, pois não há precedentes disso na história republicana”, afirmou Maciel, ressalvando, porém, que Fernando Henrique poderá ter atuação nos programas de televisão, que começam em 20 de agosto.“Ele tem um acervo de realizações importantes para o País e para o povo brasileiro”, disse. “O presidente pode ajudar de várias formas e ele já está ajudando. O País mudou para melhor. Temos problemas ainda, mas o País está melhorando”, comentou.
Questionado se a redução da taxa de juros, decidida hoje pelo Comitê de Política Monetária (Copom), poderia ajudar na campanha de Serra, Maciel disse que “a taxa dos juros é um problema que independe da abordagem eleitoral. Esse problema não pode ser avaliado como questão eleitoral, pois há outros componentes que envolvem os juros, que têm que ser considerados”, disse. “Obviamente que a estabilidade é fundamental”.
Engajamento
Em relação à possibilidade de o PFL, seu partido, abandonar Serra e para se engajar na candidatura de Ciro Gomes, da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, à Presidência, Maciel lembrou que, em função da verticalização, o PFL decidiu deixar com os diretórios regionais a definição a respeito e que eles adotassem a conduta mais compatível com a situação nos Estados.
“Em Pernambuco, fizemos uma opção pró-Serra. Temos que trabalhar nesta orientação e achamos que ele é a melhor solução para o País”, afirmou Maciel, ao chegar para a reunião dos principais líderes do PSDB, PMDB, PFL e PPB engajados na candidatura Serra, no comitê eleitoral do candidato, em Brasília.
Falta de empenho
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), disse ao chegar ao comitê eleitoral do candidato do PSDB à Presidência, senador José Serra (PSDB-SP), que setores do governo não estão colaborando com a candidatura do tucano. Ele não quis identificar esses segmentos, mas ressaltou que, por exemplo, a Petrobrás precisa ter uma política de preços explicável, referindo-se aos seguidos reajustes de preços dos derivados de petróleo promovidos pela estatal em virtude da alta do dólar.
Em relação à redução da taxa Selic, que caiu hoje de 18,5% para 18%, ele disse que “tem que significar uma tendência”. Calheiros criticou, também, o que chamou de “falta de política” na campanha de Serra. O senador cobrou uma definição clara de estratégia política envolvendo partidos aliados do candidato. Indagado se teria alguma sugestão para agilizar a campanha, afirmou: “Eu tenho mil sugestões, mas nunca me pediram nada”.
O ex-senador José Richa, que participa do núcleo político da campanha, reconhece que falta movimentação à campanha e que esta conversa, entre líderes partidários engajados na candidatura Serra, será importante para definir os rumos da campanha.
Governo inicia transição
Brasília
(AG) – O governo federal iniciou o processo de transição. Portaria da Casa Civil, publicada no Diário Oficial da União de hoje estabelece os prazos para atual equipe colocar à disposição as informações necessárias para o próximo governo. Os ministérios têm até o dia 30 de setembro para informar, em página na internet, os assuntos que vão precisar de decisões ou ações do candidato eleito nos cem primeiros dias de governo. O relatório a ser elaborado com essas informações será incluídos na Agenda 100.Ainda de acordo com a portaria, os ministérios têm até o dia 1 de agosto para informar, pela internet, termos técnicos, siglas de programas, de sistemas, de instituições nacionais e internacionais. Essa relação vai compor o glossário que será utilizado pela equipe de transição governamental. Também até o dia 1º os ministérios devem listar os dados de projetos em andamento com dificuldades específicas.
A Casa Civil vai elaborar um relatório final de governo e as informações para esse documento.