Brasília – O líder do PL na Câmara, Sandro Mabel (GO), confirmou na tarde de ontem, em depoimento ao Conselho de Ética, que convidou a deputada licenciada Raquel Teixeira (PSDB-GO) a se mudar para seu partido, mas negou que tenha lhe oferecido vantagens financeiras (segundo a deputada, mesada de R$ 30 mil e "luvas" de R$ 1 milhão). De acordo com Sandro Mabel, a deputada estaria insatisfeita com o espaço que tinha no PSDB e temia não ser reeleita por falta de tempo na propaganda eleitoral da TV.
Logo após o início da audiência, o deputado autorizou a quebra de seu sigilo fiscal. Mabel relatou que o governador de Goiás, Marconi Perillo, teria tirado satisfações com ele sobre a suposta oferta financeira a Raquel Teixeira: "O governador reclamou que eu estava sendo desleal com ele, porque ele que elegeu a Raquel. Eu neguei e pedi que ele chamasse a deputada, para confrontarmos essa história. O Perillo não quis, disse que já tinha entendido. Depois encontrei com Raquel na Câmara e perguntei, indignado: ‘Como você fala para o governador que eu fiz oferta financeira, se eu nunca fiz isso?’. Ela respondeu que tudo não tinha passado de um mal-entendido, que o governador tinha entendido errado", disse.
Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara, a deputada licenciada Raquel Teixeira explicou por que não quis denunciar ao conselho ou à corregedoria a proposta de recebimento de mesada feita pelo deputado Sandro Mabel (PL). "Não tinha provas da proposta. Seria a minha palavra contra a dele", observou. Raquel Teixeira confirmou que levou o assunto ao governador de Goiás, Marconi Perillo, e ao então líder do PSDB na Câmara, Custódio Mattos (MG). Raquel também disse que ouviu de Perillo a confirmação de que o governador conversou com o presidente Lula sobre a proposta de mesada feita pelo deputado Mabel.
