O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, classificou como "uma grande coincidência" os fatos que aconteceram na quinta-feira passada e que envolveram a Petrobras e o anúncio de um novo campo de petróleo no Brasil. Lupi disse que foi mal interpretado ao afirmar que o volume de reservas de petróleo do País seria "bem maior" que o já anunciado.
Na quinta-feira, horas após a afirmação de Lupi, feita em Genebra, a Petrobras divulgou, no Brasil, nota que anunciava a descoberta de um novo campo de óleo leve, que tem maior valor comercial que o petróleo normalmente encontrado em águas profundas brasileiras. A área foi batizada de Guará.
"Aquilo não foi um anúncio, foi apenas uma afirmação genérica e que tratava das possibilidades do Brasil na produção do petróleo no trecho de 200 quilômetros da costa entre o Rio de Janeiro e Santa Catarina. Em nenhum momento citei esse ou aquele campo", disse o ministro.
O ministro argumenta que não tem acesso às informações do setor de petróleo e que, por isso, não teria como antecipar qualquer novidade sobre o tema. "Só se fosse ministro de Minas e Energia" brincou. Além disso, o ministro diz que não conversou sobre a nova descoberta "com ninguém" antes do anúncio oficial da Petrobras. "Naquele dia, o presidente da Petrobras (José Sérgio Gabrielli) estava em Nova York, eu estava na Europa e o anúncio foi feito no Brasil", diz.
Sobre a possibilidade de o caso gerar a abertura de um processo de investigação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre um suposto vazamento de informação, Lupi disse estar tranqüilo porque a seqüência dos fatos foi "uma grande coincidência". "Se isso acontecer, vou esclarecer que é tudo uma coincidência", repetiu.
O ministro disse ainda que após o ocorrido conversou, por telefone, com Gabrielli. A conversa, segundo ele, foi "amena e tranqüila" e serviu para esclarecer o mal entendido. O presidente da Petrobras teria, inclusive, feito piada com a coincidência dos fatos ao pedir que Lupi sugerisse alguns números para que Gabrielli pudesse jogar na loteria.