Brasília – O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, aproveitou nesta quarta-feira (20) a entrevista coletiva em que foram divulgados os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) para informar que o governo vai intensificar as ações no combate ao trabalho escravo no Brasil.

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De acordo com os dados do Caged, dos 80.340 novos postos com carteira assinada gerados pelo setor agropecuário, 25.622 são provenientes do setor açucareiro, a maioria no corte da cana. Para Carlos Lupi, esse dado mostra a importância do setor na geração de empregos. Portanto, disse ele, será esse o setor em que o Ministério do Trabalho focará as principais ações com o intuito de amenizar a problemática do trabalho escravo.

?Como essa área desperta muito o interesse internacional, nós já estamos preparando convênios com a Petrobras e com o Ministério da Agricultura para desenvolvermos um trabalho intenso para erradicar o trabalho escravo no Brasil. Não conseguiremos, mas fazermos um trabalho nesse sentido?, afirmou o ministro.

Lupi enfatizou que esse trabalho tem o objetivo de antecipar-se às críticas internacionais ao Brasil, principalmente em relação à produção de cana-de açúcar. Ele anunciou que a primeira medida será o que chamou de ?marco zero? no  Pará e explicou que o estado foi escolhido porque é o que registra maior incidência de casos de trabalho escravo, com trabalhadores provenientes principalmente do Maranhão e Piauí.

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?Vamos promover um ato inédito: uma ação conjunta entre os governos dos três estados [Pará, Maranhão e Piauí] com os órgãos de defesa das assembléias nativas e polícias Rodoviária e Federal?, disse o ministro. Segundo ele, a medida é necessária para que o país saia de defensiva em relação às cobranças vindas de outras países que têm interesse na produção de etanol e tentam, com isso, desqualificar a produção brasileira.

?A questão do etanol é prioritária para o país – venho recentemente de uma reunião na OIT [Organização Internacional do Trabalho], e a gente percebe com clareza um movimento para prejudicar o Brasil no cenário internacional, já que somos os pioneiros nessa tecnologia?, acrescentou Lupi.

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Para ele, esse discurso é puxado por americanos e alemães, segundo os quais, no Brasil, só existe a produção de etanol devido ao trabalho escravo.

Entre as medidas para acabar com essa prática no Brasil, Lupi destacou a fiscalização, a prevenção e o lançamento de cartilhas, além de multas, desapropriação, proibição de obtenção de créditos e refinanciamento de dívidas.